sábado, 3 de maio de 2014

Manifesto da “banana”

       Recentemente dois casos de racismos chamaram minha atenção um de âmbito regional e outro internacional, um na faculdade e outro no campo de futebol.  Fatos lamentáveis para uma sociedade desenvolvida da qual vivemos. Mesmo assim, o preconceito existe isto é fato, mas não podemos aceitá-los, e sim fazer um trabalho conscientização para amenizar esta agressão ao outro. E este trabalho não começa pelo outro, este trabalho começa por nos mesmos. A luta deve ser contra o preconceito de todo tipo e não somente o racial. As mídias fazem chacota de casos como Richarlyson ou o polêmico beijo de Emerson Sheik, de certo porque o futebol é esporte de “macho”, por outro lado esfrega em nossas caras um moralismo contra o preconceito que elas não têm. Portanto, penso que não é só o racismo que deve ser combatido no futebol, esportes e afins. O que deve ser repudiado é toda e qualquer forma de preconceito seja ele racial, sexual, religioso ou social. A mídia e famosos são oportunistas e gostam de fazer muito oba oba, quando uma luta poderia ser mais abrangente e significativa dentro de uma sociedade cheia de preconceitos. O mesmo serve para os alunos de universidades que esbanjam mensagens cheias de preconceito no banheiro de conotação racial, social, sexual e religiosa. Afinal quem está livre de todo preconceito que atire a primeira pedra. Mas quando terminar de ler isto vai me questionar: então você é contra o racismo? E respondo: sou contra a todo tipo de preconceito, e tenho a consciência de que possuo alguns, a diferença é que tento amenizá-los. 

sábado, 22 de fevereiro de 2014

Acomodado

Dentro duma bolha
Vivo e crio o imaginário.
Alimento-me e respiro
Solidão.

Esta que me angustia
E me cerca
De todos os lados,
Ilhado numa imensidão.

Calado no mundo retrógrado,
Em que o sentindo,
Não faz mais sentido
Porque se perdeu na escuridão.

De qualquer forma persisto
Em viver trancado no escuro,
Pois, neste sofrimento
Vivo e Sobrevivo

Por acomodação.

terça-feira, 22 de outubro de 2013

ZAZ

Uma cantora francesa vem “perturbando” meus dias. O vício é tão grande que chego dormir e acordar com Isabelle Geffroy, ou melhor, Zaz cantarolando em meus aparelhos eletrônicos. Ela goza de fama principalmente na Europa desde seu primeiro single "Je veux" lançado em 2010, do qual compõe o álbum “ZAZ” de mesmo ano. Em 2013 ela volta à ativa com “Recto Verso” com catorze musicas, e mais três bonus track. O primeiro single trabalhado foi “On ira”, logo em seguida ela lançou “Comme ci, comme ça” e o seu mais recentemente a bela música “Si”. A essências de suas letras refecem a críticas sociais, amorosas e auto-reflexivas, e a qualidade sonora de seus arranjos somados a sua voz e interpretação ora doce, ora dramática justifica este meu vício de escutar sempre ou quase sempre Zaz

A Canção de Aquiles

A escritora americana Madeline Miller frequentou a Universidade de Brown, na qual obteve seu bacharelado e mestrado em latim e grego antigo. Ela também estudou na Universidade do Comitê de Chicago em Pensamento Social, e na Escola de Artes Dramáticas de Yale, em que se concentrou na adaptação de textos clássicos a formas modernas. Não é de se espantar que seu primeiro romance “A Canção de Aquiles”, configurou na lista de best-sellers do New York Times e foi traduzindo para mais de vinte idiomas. O livro também foi o vencedor Orange Prize 2012, além da indicação no Stonewall na categoria melhor escritor do ano.
O livro “A Canção de Aquiles”, é composto por trinta e três capítulos, incluindo no final da obra um glossário de personagens totalizando 390 páginas de um mergulho na história grega enraizada na Ilíada de Homero. A versão em português da obra foi publicada pela Editora Jangada, na qual o tradutor é Gilson César Cardoso de Sousa.
Nesta narrativa acompanhamos o personagem Pátroclo que é um príncipe exilado pelo próprio pai. Ele era desdenhado pela maioria das pessoas, e em seu exilio Fítia constrói uma um sentimento que vai além de uma grande amizade. Eis que surge o imponente e ainda adolescente Aquiles, admirado por sua beleza e força, proferido como o maior guerreiro da Grécia.
Uma amizade que incomoda Tétis (ninfa marinha), mãe de Aquiles, pois, seu grande temor é que o envolvimento dele com o exilado deturpassem a glória e fama revelada na profecia. Mesmo com várias investidas de Tétis para separa-los a amizade se estreitava cada vez mais, construindo laços íntimos entre dois homens.
Até que surge uma guerra, uma das mais famosas da mitologia grega. A Guerra de Tróia vem como uma estamparia deste romance, para agregar ainda mais novos conflitos internos e externos das personagens. É a tão esperada guerra que dará a Aquiles a glória e fama, mas também trará uma grande perda, e consequentemente sua própria morte, após seu duelo com o maior guerreiro de Tróia, Heitor.  
Um momento épico da mitologia grega é a Guerra de Tróia e o duelo entre Heitor e Aquiles. Então pensei: mais um livro sobre a guerra entre gregos e troianos. Só que estava enganado, pois, esta narrativa desenvolveu nos bastidores gregos, do que a guerra em si. A Canção de Aquiles mostra o outro lado do guerreiro, um lado culto e sensível. Miller escreve de uma forma envolvente repleta de referência da obra de Homero e ao mesmo tempo chocante exatamente pela construção dos personagens principais e o envolvimento íntimo deles. Por fim, é uma leitura fácil e prazerosa. 

sábado, 7 de setembro de 2013

Admito

Amo-te como nunca amei ninguém.
Ainda que se tenha passado
Muitos anos,
Revelo-te,
Te amo.

Entretanto, não te tenho.
No desespero busco em outros
Encontra-te,
Não te encontro.
Ainda te amo.

Reprimir-me deste sentimento
É negar meu desejo
De te querer,
Sabendo
Que não me quer.

Vou movendo,
Em um fingimento
Bloqueando anseios,
Respirando sofrimentos,
Negando possibilidades.

Admito
Que te amo,
Mesmo ciente
Que não me ama.
Amo-te como nunca amei ninguém.

sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Miss Emerald

       Seria possível mesclar Pop com Mambo e Jazz? A holandesa Caro Emerald provou que sim! Com seu visual retro, bem como sua sonoridade viciante que envolve uma voz doce e com muita personalidade. Sua jornada na carreira musical começou com um convite sem grandes pretensões para gravar "Back It Up". A música combinava pop e jazz somando ao tempero latino, e alcançou o top 20. O estilo retro permaneceu no seu primeiro álbum "Deleted Scenes From the Cutting Room Floor" impulsionando o single "A Night Like This" nos primeiros lugares da parada europeia e configurando Caro Emerald com uma sonoridade única e de extremo bom gosto. O seu segundo e mais recente trabalho “The Shocking Miss Emerald” mantém sua linha de sucesso com 14 faixas, das quais podemos conferir “One Day”, “Tangled Up” que tem uma leve sonoridade de tango e virou o primeiro single deste trabalho, “Completely” que particularmente é a minha preferida, “Liquid Lunch” o segundo single, “Excuse My French” e “My 2 Cents”. Podemos notar em algumas letras presença da ironia, além de uma carga de melodrama do amor e do universo feminino, mas sem cair no marasmo convencional do universo pop atual. O álbum em seu todo é muito bom, vale a pena escutar e colocar no repeat. 


sábado, 24 de agosto de 2013

Cordel

O sabiá do sertão
Faz coisa que me comove
Passa três meses cantando
E sem cantar passa nove
Como que se preparando
Pra só cantar quando chove. 

(Biu Gomes)