segunda-feira, 4 de abril de 2011

O QUARTO


Num sonho delirante e cheio de devaneios despertei em um lugar escuro com o ar abafado quase sufocado como se tivesse saído de uma longa travessia de um rio. Meus olhos percorriam em meio à escuridão vasculhando por alguma fenda de luz. A minha cabeça em uma constante busca de soluções, respostas ou alguma saída. Já meu coração batia acelerado notando a sua ausência e percebendo que fui julgado e condenado a viver trancafiado em companhia da solidão para o resto da vida.
Neste quarto andei quilômetros em busca de um caminho que me levasse para longe de você. Andei em círculos sem sair do lugar, me cansei e a cada tentativa frustrada de escapar, me desgastava fisicamente ainda mais, até que cansado vencido entreguei-me a derrota e cai no chão frio. Tremulo arriscava poucos movimentos até ficar inativo por alguns instantes.
Os caminhos começaram a serem traçados pelos meus pensamentos. Cheguei várias a pensar que estava louco, surtando e minha cabeça não parava de trabalhar bolando esquemas mirabolantes para sair daquela situação. A cada segundo passado naquela escuridão me enlouquecia, as mãos já não obedeciam à mente e esmurrava fortemente minha cabeça cobrando uma solução.
Eu não podia ver meus olhos, mas os imaginava inchados de tanto chorar. As lagrimas não sediam assim como o suor que juntos percorriam por minha testa aproximando dos meus lábios e às vezes caindo na minha boca com o gosto salgado ainda quente. Minha cabeça estava pegando fogo e devia estar toda vermelha e arranhada com várias coças que levara. Além da pressão mental que sofria atrás de uma resposta vinha uma angústia, uma sede de luz para iluminar a escuridão.
Escuridão esta que nunca pensei passar, mas cá estou aqui mergulhado neste mar negro e infinito sem saber por quem aclamar, se é que alguém me socorreria. Sinto-me amarrado sem cordas, preso sem grades eis que escuto algo, foi minha respiração ofegante. Eu choro, grito, imploro por ajuda, me desespero e nada muda. Até que uma luz aparece. Havia sonhado e continuo no infinito mar negro deste quarto.

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