sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Confesso


Peco,
Pecador sou
Nego
De negação vivo
Passo
Puritanismo não existente
Minto
Sentimentos ausentes
Finjo
Ser compreensivo

Peco,
Pecador não quero ser
Nego,
Nego para não enlouquecer
Passo
De comum a idealizado
Minto
Por mentir sou responsabilizado
Finjo
Gostar sem nunca ter gostado

Peco
De pecados vivos
Nego
Nego e os omito
Passo
A ser quem não sou
Minto
E mentira foi que restou
Finjo
Ter sonhos, mas acabaram
Peco, nego, passo, minto e finjo
Assim, vou me destruindo,
Pois destes pecados
Estou mais que enamorado,
Por estes pecados
Já sou um condenado.

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Amargurado


Interessante ou interessado
Descompensa o compensado
O valor superfaturado
As expectativas do espectador
De dores já são indolor
De paixões que não restaram
Nem um amor
Solidão ou isolado
Fecho e ficará fechado
O coração
Que está amargurado.

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Amor Mercenário


O amor bateu
Sem pedir licença
Ele entrou
Muito folgado
Acomodou
Suas roupas
E calçados
No guarda-roupa
Jogou
No jantar
Na ponta da mesa
Sentou
Após o banho
A toalha sobre a cama
Deixou
O telefone usou
O celular tocou
De repente ele sumiu
Em meio à bagunça
O vazio surgiu
O amor é ordinário
Ele invade, abusa
E mostra o seu lado
Mercenário. 

Rotina de uma família


Com o bafo de pinga logo de manhã posso imaginar como foi a rotina deste senhor. Nos primeiros raios do sol enfrenta uma fila para pegar o leite que servira de alimento no café da manhã a sua família, a próxima fila será a do pão. Nesta com muito mais gente chega-se a perder quase uma manhã, mas o alimento está garantido para família durante dois dias. Debaixo daquele sol escaldante o senhor que cheirava a pinga começa a exalar o cheiro forte do suor. Hora do almoço não tem com que o senhor se preocupar seus oito filhos estão na escola e por lá vão se alimentar. Com sua esposa também não, ela empregada domestica no serviço está. Ele com o bico de auxiliar de pedreiro depois uma que começa trabalhar.

De noite a mãe prepara a janta com produtos da cesta básica doada, por uma capela pouco movimentada. O senhor depois de uma tarde de trabalho vai para o bar gastar seus trocados. Quando ele chegou deparou com os filhos dormindo na sala dividindo os colchões, a mulher no único quarto de joelhos rezando.  Encostou a porta e meio cambaleando aproximou e seu membro tocou e mulher desviou, mas ele a forçou. a mulher relutante argumentou estar cansada, levou um tapa na cara e após um grito ficou calada. As lagrimas caíram de seus olhos ao mesmo tempo em que sua roupa era tirada, com sua boca tapada os movimentos bruscos dos corpos se chocavam. O medo em seus olhos o excitava.

O filho mais novo acorda assustado e para o quarto dos pais foi de encontro. A porta encostada com suas pequenas mãos empurrou e sobre a luz da lua viu uma que cena que já se acostumou. O pai olhando de lado o expulsou. Um urro ecoou e a mulher aliviou. Na cama toda dolorida deitada de lado chorava em silencio e o marido espalhado ficou e nem banho ele tomou.


  • Um novo dia se formou e no bar o senhor passou, depois de três doses para fila do leite regressou. Mas hoje a rotina será quase diferente, no bolsa família tem que recadastrar de tarde no bar tem que passar e a noite como todas em que chega bêbado a mulher violentar. Assim me pergunto de que vale toda ajuda se alguns senhores ou senhoras não sabem valorizar. Suas famílias estão desestruturadas e não tem nem um interesse em estruturar, os filhos cada vez rebeldes e quando adultos as filas vão freqüentar repetindo toda a história de ausência e violência. 

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Purificação do ser


Em água quente
Quase fervente
Imerso minha pele
Na tentativa
De limpar meu ser
Aquele que
Tu conquistaste
Usaste e jogaste
Num canto escuro,
Imundo
Deixaste-me sujo
E abandonado
Em trevas
Regido na escuridão
Em crostas enegrecidas
De sua poluição
Impregnado
De suas promessas
E ilusão.

Em água quente
Quase fervente
Banho meu corpo
Para em carne
Viva ficar
Extraindo e repelindo
Os desejos
De sua carne impura
Que um dia
Ousou me tocar
Feridas estas
Que não se fecham
Que quero curar
Banhando
Em a água fervente
Muito quente
Para que meu coração
Possa descansar. 

Acabou


Cala-te
Não há
Mais que
Dizer-te
Não quero
Mais sofrer
Com as
Suas ilusões

Deixa-me
Na paz
Com minhas
Perdas
Não quero
Mais sofrer
Com as
Suas desilusões.

Vai-se
Para longe
Onde não
Posso
Avistar-te
Correndo risco
De cair
Em desejo
E despertar
Tudo o que
Já está morto
Em meu coração.

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Com a foice foi-se


Como uma foice você veio
Cortando-me aos poucos
A cada golpe da foice
Foi-se meus sentimentos
Foi-se meus ideais
Foi-se meu desejo
E não contente
Golpe atrás de golpe
Galhos despencavam
Numa constante
Podado aos seus encantos
Excluía-me pelos cantos
Em infinitos prantos
Desejando-te sua volta
Mas veio a foice
E com ela foi-se
Mais juramentos,
Lamentos,
Tormentos
A foice cortou tudo
O que restou
Foi um galho seco,
Moribundo
Que resistiu a foice,
Mas não a sua pisada
Que sem a ajuda da foice
Foi-se o pouco amor
Que me restava. 

domingo, 18 de dezembro de 2011

ALPHABEAT


Uma banda dinamarquesa chamou minha atenção nestas ultimas semanas por uma versão acústica da música “Digital Love” do Daf Punk. Os Alphabeat depois de fazer um grande sucesso na Dinamarca estão rompendo as barreiras escandinavas. Com um som classificado como “retropop” e três CDs gravados: This Is Alphabeat (2008), The Spell (2009) e The Beat Is.. (2010), a banda vem ganhando cada vez mais espaço no cenário musical europeu e mundial. Entre vários hits posso destacar "Go-Go", "The Spell", "Q&A", “365 Degrees e "Fascination"


O gosto


O gosto do desgosto
Que por tantas vezes
Relutei para não sentir
Desta vez me venceu.

Derrotado deixo de lado
Os gostos de bom gosto
Guardando um desgosto
Que com tempo excedeu.

Um sabor amargo
Enegrecendo os fatos
Apagando momentos
O que será que aconteceu?

Foi-se os bons,
Não ficaram os ruins
Não sobrou migalha
Nem o gosto do desgosto
Restou no gosto meu.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Minha Alma


Minha face
Estapeada
Vejo marcas
Ornamentadas
Sinto dores
Alternadas
Por escolhas
Equivocadas.

Minha cara
Nos tropeços
Vão resistindo
Junto com
Os desejos
E que com
Os tombos
Que não
Mereço
Estraçalham
Por sua causa.

As máscaras
Vão caindo
Aos poucos
Descobrindo
Que cada
Sentimento
Não correspondido
Torna minha vida
Mais amarga.

Minha face,
Caras e máscaras
São elementos
Constantes
De amores
Gritantes
Que ensurdece,
Emudece 
E envenena
Minha alma.

É natal ou campanha para 2012?


Em 2012 será no de eleição para prefeito e vereadores, este mês é do natal e que eles tem em comum? Aparentemente nada, mas é uma boa oportunidade para abusar da ingenuidade da maioria da população e mostrar como um político pode ser “bom”.  Uma boa oportunidade para percorrer bairros carentes nesta época e distribuir presentes como bolas e bicicletas entre outras coisas. Isto, seria o suficiente para fazer uma criança sorrir e conquistar um carisma e o futuro voto de seus pais. A imprensa fará seu papel de divulgar, anunciar a “boa” ação. Como isto, já começo a “propaganda eleitoral” gratuita neste mês de natal, mostrando o quanto aquele ou este senhor é generoso para com meu próximo desprovido de finanças, que não pode comprar um presente para sua criança. Ano que vem é eleição e já tem gente usando o natal para comprar seu voto. Vamos abrir nossos olhos e nossos ouvidos e votar no que tem a melhor proposta de administração de nossa cidade e não naquele que tenta ser bom comprando você ou ao seu filho. 

domingo, 4 de dezembro de 2011

Beijo Partilhado


Um beijo
Dito,
Pretendido
Será que foi
Para mim?

Um beijo
Desejado,
Declarado
Foi escrito
Para mim?

Um beijo
Questionado,
Respondido
E resolvido
Não foi p
Para mim.

Um beijo
Direto
Tornou-se
Indireto
Por um objeto
Concreto
Quiçá por mim

Me pego
Imaginando
Que este beijo
Pretendido
Poderia ser 
Partilhado
Por você
Por mim.