quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

"Lê, lê”, “Bará, bará”, “Tchu, tcha”, “Tchê, tchê” e “Parapapá”


    O sertanejo universitário deveria se chamar sertanejo “maternal”. A decadência deste estilo musical é constante. Letras do tipo “lê, lê”, “bará, bará”, “tchu, tcha”, “tchê, tchê” estão mais presentes nas musicas, do que em vocabulário de recém-nascido. O mais absurdo é que “canções” deste tipo sempre frequentam as paradas musicais, retratando a qualidade decadente e a falta de criticidade da população brasileira. Tentarei fazer uma analise superficial da música “É Nóis Fazê Parapapá”, para comprovar mais uma vez a falta desta qualidade.

“Você me provoca me alucina,
Desconcentra me apaixona e toda hora a gente se esbarra
Eu já cerquei os seus amigos,
Arranquei o seu sorriso, entrei na sua agenda de baladas
Você dançando e me puxando, descendo até o chão
Te pego forte, te dou um beijo e só tem uma solução
É nóis "fazê" Parapapá Parapapá Parapapá
Garrar, beijar, "fazê" Parapapá
É nóis "fazê" Parapapá Parapapá Parapapá
Garrar, beijar..."fazê" Parapapá
E se der mole eu vou pegar, te agarrar e te beijar
"Fazê" Parapapapapa”

     Apesar de falta de criatividade do compositor, não há grande problemas de construção das frases e sentido, mas dava para melhorar. Outro ponto relevante é visão da mulher que demonstra um comportamento vulgar, além uma alusão ao baile funk, mas não é sertanejo universitário? O refrão é o pior desta música, a mescla da linguagem coloquial com uma palavra inexistente, esta fazendo menções a atos sexuais que nos remete bem de longe um som onomatopeico, mostrando a falta de vocabulário desta letra. O que será passa na cabeça de um “compositor” para escrever isto? É desesperador ver que uma língua tão rica quanto a nossa aparecer limitada e precária em forma de música. Muitos podem dizem que é apenas uma música para diversão, mas o divertido não pode ter conteúdo? Músicas como “lê, lê”, “bará, bará”, “tchu, tcha”, “tchê, tchê” e “Parapapá” só vem mostrar o quanto nossa cultura está pobre. Pode ser que a cultura musical esteja ficando empobrecida, pelo fato do ensino estar falho e a formação crítica do individuo torna-se vulnerável a esta falha. Portanto, somos “obrigados” a “escutar” e “patrocinar” estes tipos de música, mostrando que para fazer sucesso não precisa ter conhecimento cultural, apenas uma vaga noção de rima e saber reproduzir os sons de recém-nascidos. 

Site de referência: www.vagalume.com.br

domingo, 24 de fevereiro de 2013

O Big Bang de Tarantino


       Hoje é o dia da grande festa do cinema americano e não poderia deixar de lado um dos filmes mais bacanas de Quentin Tarantino, depois Kill Bill. Com cinco indicações: melhor filme, ator coadjuvante, roteiro original, fotografia e edição de som, "Django livre" é um bang bang “fora” dos padrões. Podemos esquematizar o filme como: mocinho, bandido, duelos e donzela, típico do gênero, mas por retratar o racismo americano ele ganha uma característica incomum nos filmes deste segmento em que o mocinho é um escravo liberto. Djando (Jamie Foxx) destinado a encontrar Broomhilda (Kerry Washington) seu grande amor, aceita contribuir e trabalhar com Dr. King Schultz (Christoph Waltz) um caçador de recompensas alemão. O filme chega a fazer uma analogia a um conto de fadas alemão em que o príncipe busca libertar a princesa das garras de um dragão, que este podemos chamar de Calvin Candie (Leonardo DiCaprio) o dono de Broomhilda. Mais uma vez Tarantino mostra um cuidado com a trilha sonora e com os efeitos visuais, além do “banho de sangue” uma marca registrada de diretor que faz ponta, críticas ao racismo americano incluindo entre os próprios negros e ousa sempre com seu olhar inovador, invocando reflexões e admirações de mais uma grande obra da sétima arte. 

sábado, 23 de fevereiro de 2013

O Lado bom da Vida

   Confesso que estranhei pela sinopse a indicação para o Oscar de melhor filme, diretor, atriz, ator e pensei comigo “tenho que ver assistir este filme!”.  Ainda bem que o assisti, com isto, recordei de um ditado popular “não julgue o livro pela capa”. Não acredito que leve a estatueta de por melhor filme, mas certamente é um bom filme de romance que retrata um clichê às “avessas”, para contar história de perdas e ganhos das personagens Pat Solitano Jr. (Bradley Cooper) e Tiffany (Jennifer Lawrence). Um obstinado a se redimir do passado e reconquista-lo enquanto o outro, neste caso Tiffany se propõem a ajuda-lo, mas acaba se apaixonando. O que o torna esta narrativa diferente das outras? O temperamento emocional e característico de cada um, gerando conflitos, situações inusitadas e até cômicas dando um diferencial a parte, sem deixar o tédio abater os espectadores. Também não posso descartar as grandiosas atuações de Robert De Niro e Jacki Weaver ambos indicados por atores coadjuvantes contribuindo nas 8 indicações que o filme conquistou para o Oscar deste ano. Resumindo, um filme com um extremo cuidado na trilha sonora, com atuações empolgantes e uma boa trama, justificando merecidamente as indicações recebidas. 

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Uma obra "desbocada"


      Feliz Ano Novo é mais uma obra “desbocada” de Rubem Fonseca. Lançado pela primeira vez em 1975 o livro já foi censurado e recolhido durante a ditadura brasileira. Neste livro o autor vai traçando um perfil de classes no cenário carioca, a diversidade das personagens da classe alta e baixa vão contrastando conto após conto com uma visão de cultura, arrogância e perspectiva de vida. A violência, o sexo e o palavreado chulo compõem uma realidade vivida por todos, mas que ignoramos e nos fazemos de surpreendidos quando lemos determinado contexto exposto nesta obra. O “choque” desta leitura é a acida crítica do comportamento social em que nos identificamos ou compartilhamos, daí podemos começar a entender o autoritarismo do regime de 75 sobre o livro. A obra é um emaranhado de pequenos textos que exploram algumas estruturas da oralidade e escrita, ora formal, ora coloquial, com ricas descrições sem deixar espaço para o tédio e conduzindo sempre o leitor a uma reflexão no final de cada conto. O livro começa pelo violento conto “Feliz Ano Novo” e termina com “Intestino Grosso” uma espécie de desabafo sobre as críticas que um autor recebia por suas obras serem “pornográficas”. Sendo ou não o desabafo do próprio autor, “Intestino Grosso” discute qual seria o “verdadeiro” sentido da pornografia e com que devemos realmente nos preocupar. Portanto, “Feliz Ano Novo” tem uma crítica atual integrando sua importância para literatura brasileira, fazendo de Rubem Fonseca um gênio na arte da escrita que merece ser lido.  

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

O Edifício Wadia


A maior cidade da Índia serve de base para mais um romance da escritora Thrity Umrigar. Em “Um Lugar Para Todos”, a autora vai tecendo uma narrativa dos vínculos gerados pelos moradores do Edifício Wadia em Bombaim. A partir de uma festa de casamento vamos conhecendo os “pensamentos” das personagens, numa mescla de passado e presente que acontece no decorrer da festa. O leitor é conduzido a mergulhar na visão indiana da comunidade parse que compartilha de amores, desejos, felicidades, frustações, abusos, ganhos e perdas. Nesta obra Umrigar trabalha com a diversidade de peças, que vão se encaixando uma na outra para formar o cotidiano do Wadia e as relações de convivência entre seus moradores. Um ponto interessante é a construção das personagens femininas que possuem características “fortes”, sem perder a feminidade. Além dos resquícios da cultura britânica e os choques de ideais, no qual a Índia seria “melhor” quando colônia inglesa na visão dos mais velhos, batendo de frente com orgulho de viver num país livre, na visão dos mais jovens. Confrontos que só agregam o já temperado romance que também faz críticas sobre o crescimento da violência em Bombaim, bem como o transito caótico da cidade e a miséria da Índia. A estrutura simples de “Um Lugar Para Todos” faz da obra um celeiro de reações de amor, ódio e humor, causando reflexão e valorização do cotidiano, das pessoas, das coisas simples da vida. 

domingo, 17 de fevereiro de 2013

Um olhar de uma tragédia


   A Espanha nos últimos anos vem sendo um seleiro de obras primas da sétima arte. Depois do excelente filme “O Orfanato” de 2007, a parceria do diretor J.A. Bayona com roteirista Sergio G. Sánchez se repete novamente. Desta vez a narrativa retrata uma tragédia que atingiu a região da Tailândia. O ano é de 2004 quando uma família resolve passar o final de ano num paraíso. Quando uma onda gigante acabou com o lazer transformado em terror a visão deste local e desespero dos sobreviventes na busca por seus familiares vivos ou mortos. Por ser baseado em fatos reais “O Impossível” é uma obra que gera grande empatia para o espectador, que acompanha o drama de uma família atingida e separada pelo Tsunami. Numa constante busca de se reencontrarem Maria (Naomi Watts) e Henry (Ewan McGregor) vão compartilhando a destruição e a solidariedade do ser humano para com o próximo. Um sofrimento “rentável”, emocionante, que gerou para o filme vários prêmios e indicações, incluindo a de melhor atriz para Naomi Watts no Oscar de 2013, diga-se de passagem, merecida. 


quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Falling In Love Again

      Depois de um jejum de quase 10 anos o músico, compositor, produtor e cantor sueco Eagle-Eye Cherry lançou no final de 2012 o seu sexto trabalho. O álbum é composto de 13 músicas inéditas que Cherry o batizou como “Can't Get Enough” e consequentemente virou o primeiro single de divulgação. Sobre o álbum o cantor comentou em seu site a confiança que obteve no processo de criação deste novo dele e como obteve um resultado satisfatório era hora de compartilhar com o público. O criador de hit’s como “Save Tonight”, “Falling In Love Again”, “Are You Still Having Fun?”, não desaponta neste recente projeto com letras indiretas e com certa ironia retratando a “complicada” forma de amar e se relacionar com o próximo. Portanto, qual seria o fator chave para escutar “Can't Get Enough”? Qualidade musical e uma voz inconfundível de Eagle-Eye Cherry seria uma resposta suficiente para perdemos  muito mais que três minutos escutando este álbum.   

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Pensamentos


Um mistério, um casarão, um barão.


    O suspense e o misticismo são dois elementos que agradam qualquer apaixonado pela leitura. Ainda mais agregados a aventuras, amor e esoterismo faz “O casarão de Samambaias” de Fergi Cavalca é uma trama que promete envolver o leitor do começo ao fim.  O autor contextualiza o leitor num período do apogeu do café no Vale do Paraíba, em que foi detentora de recordes nacionais desta produção agrícola. A narrativa desenvolve na cidade de Samambaias, em que há um mistério no casarão colonial que pertenceu ao barão de Monte Belo, um dos “barões do café”. O solar tem fama de mal-assombrado devido às mortes e o infortúnio de quem viveu nele. A trama inicia sua tessitura quando o jornalista José Matias compra da viúva de um militar a bela propriedade. Ciente da fama do casarão o jornalista reuni um pequeno grupo dentre eles um parapsicólogo e uma sensitiva, a fim de desvendar o mistério que circula aquela residência por mais de cem e cinquenta anos. A descoberta de uma terrível tragédia envolvendo o barão e sua família pode ser a chave de todo mistério, que só com a leitura de “O Casarão de Samambaias” podemos descobrir. 

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Les Misérables

   Os Miseráveis é um dos maiores clássicos do escritor francês Victor Hugo, que pelas mãos competentes do diretor inglês Tom Hooper fez um dos filmes mais emocionantes que já vi. A competência de Hooper agregados a grandes estrelas como Anne Hathaway, Hugh Jackman, Russell Crowe e Helena Bonham Carter, rendeu para o filme oito indicações para o Oscar de 2013, entre elas o de melhor filme. A adaptação é uma “síntese” da obra literária que contextualiza a miséria em que se encontra do povo francês no começo do século XIX em meio a lutas, perseguições, redenções e amores. Um romance dramático que navega pelos distintos mares do amor dando um ritmo de justiça e injustiça, de acertos e erros, do qual o ser humano é conduzido a cometer.  O amor pela “lei”, o amor pelo próximo, o amor pela fé, o amor de pais, o amor por um país, o amor pela sobrevivência, o amor “platônico” e o amor pelo amor faz deste filme musical uma obra rítmica de emoções e reflexões sobre os nossos comportamentos, valores e amores.


terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Existe cultura boa e ruim?


    Incrível como vivemos debatendo o que é melhor ou pior dentro da cultura. Na verdade estas longas discussões não mudam nada, mas podem ajudar num momento de reflexão. Muitos criticam a qualidade de programação das emissoras brasileiras, entretanto se está lá é porque muita gente aprova. Assim, como as músicas que tenho a leve impressão de que quanto menos conteúdo, mas sucesso obterá. Bem como na literatura que muitos “cultos” enaltecem os clássicos e criticam os populares recordistas de vendas. Estes preconceitos tanto da minha parte como da sua são apenas formas de enxergar a vida cultural duma perspectiva diferente em relação ao outro. O que devemos valorizar é a busca interna de cada um para o seu desenvolvimento cultural, mesmo que uns optem por não “ampliar” o “intelecto” (pois cada um é dono do seu nariz), tudo deveria ser encarado com diversão, pratica e incremento. De fato a absorção cultural apresenta vários “níveis” e muitos nem passam do primeiro, nem por isto deveríamos criticar o “gosto” por determinado ritmo musical, livro, filme e etc., mas criticamos. Talvez por queremos partilhar uma coisa que acreditamos ser “melhor” em relação à outra. Contudo, o que me preocupa não é a diversidade cultural que estamos vivendo, o que me preocupa é a limitação desta cultura que a maioria vem apresentando, deixando de lado quem de fato tem talento. Pode ser um preconceito da minha parte para com a cultura “comercial”, mas a cada ano podemos notar o “rebaixamento” tanto no âmbito nacional, como no internacional. Portanto, acredito que não exista cultura boa ou ruim, o que existe é cultura limitada e ilimitada, cabendo cada um o direito de escolha. 

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Menos de 16 dias para ganhar


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