sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Gyp-Step


   No começo deste ano os ingleses Molotov Jukebox lançou seu segundo EP (mini-álbum) intitulado de 'Bang'. As quatro canções que compõem este trabalho são: Tick Tock, Don't Panic, Give It a Go e Trying. Formado há três anos, o grupo incorpora em suas músicas uma sonoridade quase incomum na indústria fonográfica, devido a utilizações de trompete, violino e acordeão que é manuseado pela vocalista/atriz Natalia Tena. Embora tenha uma voz marcante, ela deve ser mais conhecida aqui no Brasil, pelos seus recentes trabalhos na pele de Tonks Nymphadora na série de filmes de Harry Potter, e a selvagem Osha da série Game of Thrones na HBO. Voltando para música o grupo se define como "Gyp-Step", devido a combinações de vários estilos como gypsy (cigana), samba, ska, funk, jazz e dubstep swing. Em ‘Bang’ cada música conta uma história relacionada à excitação, reflexividade, luxúria, caracterizando um estilo próprio desta banda, que promete para ano que vem seu primeiro álbum. 

Dois corações


Há dois caminhos a seguir
Dois corações a partir
Um rumo a adotar.

Há duas formas para pensar
Duas ações para tomar
Uma boca para decidir.

Há dois indivíduos a descobrir
Dois motivos a insistir
Um sonho a realizar.

Havia duas almas para partilhar
Duas vidas para conquistar
Uma esperança para persistir.

Havia uma duplicidade unificada
Uma certeza instaurada
Havia, hoje já não há.

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Amor pretendido


Ama-me estranhamente
Proferindo palavras excludentes,
Um amor que diz ter.

Ama-me com o olhar
Procurando talvez me analisar,
Um amor que digo ter.

Ama-me desgostoso
Pintando um tanto ocioso,
Um amor que imagina ter.

Ama-me
Querendo me amar,
Por medo de não encontrar,
Outro que ame você.

Memórias vivas de um tempo de guerra


    O advogado, poeta e escritor, Márcio Nogueira Valadares Vasconcelos aceitou o desafio de trabalhar na consultoria jurídica no Iraque, em que vivenciou, além das diferenças culturais, a guerra Iraque-Irã. Uma rica experiência que rendeu a obra intitulada Para Sempre Bagdá: memórias vivas de um tempo de guerra.  A narrativa transita entre as tradições islâmicas e os aspectos culturais, políticos e ideológicos em guerras de Saddam Hussein. A ficção se funde com fatos reais, revelando momentos marcantes da história contemporânea do Iraque, com mensagens e reflexões de alcance universal. O autor se projeta como narrador e protagonista de fatos vividos, sem desprezar os aspectos de fantasia e humor. Um livro convidativo para uma viagem à Bagdá, prometendo uma leitura prazerosa neste curioso mundo islâmico. 

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

O que você lê?


         Nos últimos anos houve um crescimento na venda de livros no Brasil, mas que livros serão estes? Creio que esta pergunta não seja de grande importância, o fato é que o consumo de livros aumentou e com isto a prática da leitura. Coisa que ainda é pouco praticada no país. A Literatura clássica é a mais valorizada e a maior “culpada” em relação ao hábito de ler. Tida como uma linguagem maciça e dificultosa, muitos a leem por obrigação. Esta obrigação pode contribuir para uma repulsa ainda maior, como ignoramos qualquer tipo de leitura relacionando esta prática e a qualificando como chata. Uma literatura que pode resgatar a magia do que é ler, e obter prazer nesta leitura é o fantástico. A Literatura Fantástica pode não ser uma obra 100% crítica ou que nos leva a reflexão, entretanto, ela nos fascina com enredos e feitos que talvez nem mesmo o homem com todas suas tecnologias possam realizar. O linguista búlgaro Tzvetan Todorov entre outros trabalhos escreveu sobre o fantástico na literatura, do qual faz referências a obras clássicas para explicar/exemplificar as características e as diferenças entre fantástico, estranho e maravilhoso. Já sobre a literatura comercial, quadrinhos, revista, jornais, enfim tudo é leitura e tudo está valendo, mas os adeptos a esta leitura não deveriam ficar "amarrados" somente a elas. A questão que me pergunto é: o que é literatura de consumo e o que não é? Livros tidos como “fenômeno em vendas” seriam tão ruins assim? Será que estamos numa época em que tudo que é popular não tem valor algum? Obras como Crepúsculo e este "bum" vampiresco, que não chegam próximo da obra de Bram Stoker, ou obras como Cinquenta tons de cinza, que pela minha ignorância no assusto deste livro trata-se de desejos sexuais, assunto já abordado pelo Marquês de Sade. Será que estas obras entre outras tem como o intuito vender e não acrescentar nada em nosso intelecto? Talvez o melhor lado deste tipo de literatura, além de incentivar a leitura, é mostrar a existências de outras obras que abordam o mesmo assusto, mas de uma forma mais critica e reflexiva, com isto, desenvolvendo nosso intelecto e nos transformando em “pensadores autônomos”. O mais importante independente de ser clássico, fantástico, comercial é criar o costume da leitura e saber os tipos queremos praticar. 

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Gira que por aqui não vem girar.


     Recentemente o duo espanhol Amaral passou com sua turnê pela América do Sul divulgado seu último trabalho “Hacia Lo Salvaje”.  O Brasil naturalmente ficou de fora, pois, o grupo não possui uma divulgação de seus trabalhos em terras tupiniquins. O álbum lançado no ano passado contém 12 faixas inéditas que serve de base para a turnê nas apresentações de Eva Amaral (vocal) e Juan Aguirre (guitarra), que também são responsáveis pelas composições de um relevante reportório. Com um estilo pop/rock e letras baseadas em relacionamentos Amaral é um dos grupos espanhóis que mais venderam discos de todos os tempos, um feito que não é o bastante para que eles venham visitar nossos trópicos. Desbravando as Américas eles aproveitaram para lançar o seu mais novo single ”Esperando un resplandor”, o que também destacaria deste trabalho outras canções como: Hacia lo salvaje, Robin Hood e Hoy es el principio del final. No dia 24 de novembro eles se apresentam no México despedindo das Américas, como a gira não vem para cá. Portanto, teremos que nos contentar com as canções e vídeos disponíveis no youtube e nas mídias dos músicos. 

Um romance da nação.


  Um romance desenvolvido no período do Brasil colônia, Danação de Marcus Achiles tem uma história intrigante mesclando preconceitos, religião, crimes sexuais e o folclore brasileiro. O livro lançado pela editora Baraúna nos convida a mergulhar na história do paulista dom Diogo, uma personagem que renegou sua religião em troca de ouro, na tentativa de reverter à ingrata visita da falência em suas terras. O preço teve um alto custo, sua alma que a partir deste trato amargava uma grande perda, seu filho. Na fuga de suas lembranças embrenha na mata aparentemente sem rumo, com dois de seus escravos um homem e uma criança. Um conflito com índios em seu percurso rumo à vila de Taubaté o deixou na beira da morte. João seu escravo o salvou, em nome da gratidão por ter protegido Inácio seu filho da morte que os cercavam, quando poderia deixa-lo morrer e fugir na procura dum quilombo em busca sua liberdade. A partir daí inicia-se uma transformação no relacionamento dono/escravo, mas sempre deixando bem claro a posição que cada ocupava.  O “justiceiro” chegando a Taubaté depara com o resultado de um pecado, o amor proibido entre um padre e uma viúva, que gerou mortes misteriosas toda madrugada de sexta feira, da qual as autoridades locais culpavam os índios e os caçavam nas matas. Os inocentes pagavam com as suas vidas, por crimes cometidos por um ser que desafiava o imaginário de qualquer homem sensato. Diante de tais acontecimentos, Diogo descobriria a missão que fora incumbido de realizar em Taubaté. Acompanhado também pelo diabo, personificado como uma “criança de dentes pretos”, que deliciava com as matanças, injustiças, travava com paulista questionamentos sobre a bondade do Senhor, em que o apontava como grande “carrasco da humanidade”, alegando ser apenas o “coletor” das almas ambiciosas. Nesta narrativa percebemos realmente a batalha interna entre o “bem e o mal” da personagem principal e que se estende para os ambientes em que decorre o romance, questionando a fé e a razão. Outro ponto muito interessante é o resgate da cultura brasileira que o autor retrata, mesclando fantasia com sentimentos e pecados verdadeiramente humanos. As injustiças cometidas e a brutalidade nas ricas descrições das mortes provocam uma indignação no leitor que é saciado com a “justiça”, já encaminhando para o final de uma história ricamente costurada no mais autêntico tecido nacional.

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

História perdida


      O céu nublado e a temperatura elevada conduzia a menina dos cabelos emaranhados a um breve devaneio. Até que uma forte chuva regou seus pensamentos despertando-a. A procura dum abrigo um pequeno desnível a derrubou. Ali permaneceu em meio à lama de seus ideais, na espera do bom tempo. 

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Bram Stoker em quadrinhos

   As adaptações em quadrinhos, para obras literárias vem apontando como a grande tendência no mercado de livros. O discurso direto e as ilustrações são os recursos atrativos que provocam grande interesse neste suporte textual. Os quadrinhos possui uma linguagem rápida e objetiva, somados aos recursos ilustrativos que contribuem para gerar a significação e a compreensão deste gênero textual.  No dia 8 de novembro de 1847, nasceu na Irlanda Abraham "Bram" Stoker, cujo seu principal trabalho é um dos romances mais famosos em todo mundo. O criador de Drácula abriu portas não apenas para romances de temática vampiresca, como também para o cinema que vive fazendo referências e adaptações desta obra. Da qual é tão rica em detalhes que levantaram hipóteses da real existência de Drácula na região da Romênia (Transilvânia). Nos quadrinhos, este personagem já deu “as caras” várias vezes, fazendo referência a grande obra de Bram Stoker. Uma obra que não poderia ficar de fora desta tendência de clássicos para os quadrinhos. Drácula, o Covil do Verme Branco e mais cinco histórias de mistério e terror é um livro em quadrinhos que utilizou trechos dos contos de Bram Stoker para envolver o leitor no prazer da leitura e no horror de suas histórias. Além do já conhecido Drácula, destacaria A Casa do Juiz e A Torre das Torturas que são impactantes por utilizar animais como elementos de terror numa narrativa “apavorante”, consequentemente num desfecho trágico. Portanto, com o pretexto de comemorar o dia do nascimento deste autor nada melhor que contemplar uma obra, seja ela em quadrinhos ou não, desta literatura impactante que ele nos deixou. 

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

The Awakening


            O cantor britânico James Morrison desde 2006 vem ganhando as paradas europeias e destaque fora do “velho continente”. Ano passado o cantor lançou seu terceiro álbum “The Awakening”, no estilo Pop/Soul com letras bem significativas e seu timbre “rouco” inconfundível. Neste trabalho são 13 faixas inéditas e com uma participação especial da cantora inglesa Jessie J. A música desta parceria é “Up” uma das preciosidades deste álbum com uma parte instrumental fantástica, que não é muito uma novidade para quem já o conhece em seus trabalhos anteriores. O single "One Life" que ganhou videoclipe no começo deste ano é outra música que vale a pena conhecer, bem como “Person I Should Have Been”, “Beautiful Life” entre outras. O Cd “The Awakening” do James Morrison é um dos poucos lançados entre 2011/2012 que vale a pena escutar na integra todas as faixas, pois nem todos apresentam letras, sonoridades e qualidade vocal que estão presentes neste álbum. 

domingo, 4 de novembro de 2012

Farto!


Farto!
Do seu jeito,
Do seu julgamento,
De suas comparações.

Farto!
Do seu feito,
Do seu sentimento,
De suas interrogações.

Farto!
Do seu leito,
Do seu esfriamento,
De suas imaginações.

Farto!
De ti
De mim
Da gente.