Nos últimos anos houve um crescimento
na venda de livros no Brasil, mas que livros serão estes? Creio que esta
pergunta não seja de grande importância, o fato é que o consumo de livros
aumentou e com isto a prática da leitura. Coisa que ainda é pouco praticada no
país. A Literatura clássica é a mais valorizada e a maior “culpada” em relação
ao hábito de ler. Tida como uma linguagem maciça e dificultosa, muitos a leem
por obrigação. Esta obrigação pode contribuir para uma repulsa ainda maior,
como ignoramos qualquer tipo de leitura relacionando esta prática e a qualificando
como chata. Uma literatura que pode resgatar a magia do que é ler, e obter
prazer nesta leitura é o fantástico. A Literatura Fantástica pode não ser uma
obra 100% crítica ou que nos leva a reflexão, entretanto, ela nos fascina com enredos
e feitos que talvez nem mesmo o homem com todas suas tecnologias possam
realizar. O linguista búlgaro Tzvetan Todorov entre outros trabalhos escreveu
sobre o fantástico na literatura, do qual faz referências a obras clássicas
para explicar/exemplificar as características e as diferenças entre fantástico,
estranho e maravilhoso. Já sobre a literatura comercial, quadrinhos, revista,
jornais, enfim tudo é leitura e tudo está valendo, mas os adeptos a esta
leitura não deveriam ficar "amarrados" somente a elas. A questão que
me pergunto é: o que é literatura de consumo e o que não é? Livros tidos como “fenômeno
em vendas” seriam tão ruins assim? Será que estamos numa época em que tudo que
é popular não tem valor algum? Obras como Crepúsculo e este "bum"
vampiresco, que não chegam próximo da obra de Bram Stoker, ou obras como
Cinquenta tons de cinza, que pela minha ignorância no assusto deste livro
trata-se de desejos sexuais, assunto já abordado pelo Marquês de Sade. Será que
estas obras entre outras tem como o intuito vender e não acrescentar nada em nosso
intelecto? Talvez o melhor lado deste tipo de literatura, além de incentivar a
leitura, é mostrar a existências de outras obras que abordam o mesmo assusto,
mas de uma forma mais critica e reflexiva, com isto, desenvolvendo nosso
intelecto e nos transformando em “pensadores autônomos”. O mais importante independente
de ser clássico, fantástico, comercial é criar o costume da leitura e saber os
tipos queremos praticar.
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