sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Miss Emerald

       Seria possível mesclar Pop com Mambo e Jazz? A holandesa Caro Emerald provou que sim! Com seu visual retro, bem como sua sonoridade viciante que envolve uma voz doce e com muita personalidade. Sua jornada na carreira musical começou com um convite sem grandes pretensões para gravar "Back It Up". A música combinava pop e jazz somando ao tempero latino, e alcançou o top 20. O estilo retro permaneceu no seu primeiro álbum "Deleted Scenes From the Cutting Room Floor" impulsionando o single "A Night Like This" nos primeiros lugares da parada europeia e configurando Caro Emerald com uma sonoridade única e de extremo bom gosto. O seu segundo e mais recente trabalho “The Shocking Miss Emerald” mantém sua linha de sucesso com 14 faixas, das quais podemos conferir “One Day”, “Tangled Up” que tem uma leve sonoridade de tango e virou o primeiro single deste trabalho, “Completely” que particularmente é a minha preferida, “Liquid Lunch” o segundo single, “Excuse My French” e “My 2 Cents”. Podemos notar em algumas letras presença da ironia, além de uma carga de melodrama do amor e do universo feminino, mas sem cair no marasmo convencional do universo pop atual. O álbum em seu todo é muito bom, vale a pena escutar e colocar no repeat. 


sábado, 24 de agosto de 2013

Cordel

O sabiá do sertão
Faz coisa que me comove
Passa três meses cantando
E sem cantar passa nove
Como que se preparando
Pra só cantar quando chove. 

(Biu Gomes)

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

"Será que o que vou dizer é uma loucura?"


A Editora Gente recentemente lançou o selo Única que promete provocar experiências com histórias que emocionam e cativam o leitor. Um dos primeiros livros a ser lançando é Garota, interrompida do qual o título original é Girl, interrupted de Susanna Kaysen. Este livro ficou amplamente conhecido depois de sua adaptação para o cinema 1999 que tinha em seu elenco atrizes de peso como Winona Ryder, Vanessa Redgrave, Whoopi Goldberg e a Angelina Jolie que lhe rendeu o Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante. Mas voltando para o livro que chama sua atenção por sua capa rosa fluorescente, podemos inferir somado ao seu título, uma obra direcionada para o público feminino, só que estas aparências nos enganam. O livro de 190 páginas é dividido em tópicos que se rementem a lembranças de Kaysen durante seu período de internação. Podemos tirar o primeiro fato interessante que compõem a obra, uma jovem de 18 anos é internada e publica suas recordações em forma de livro. Por ser organizada em tópicos a obra ganha ritmo e intensidade facilitando a leitura sem deixar-nos cair no tédio. Outro ponto interessante é a personalidade de cada uma das personagens, que ora nos faz crer que realmente são “loucas”, ora fingem serem “loucas” para se protegerem. A autora em sua narrativa descreve suas vivencias no Hospital McLean da qual foi internada voluntariamente após uma tentativa de suicídio. Durante sua internação conheceu outras jovens de sua idade e a partir daí suas histórias ganham momentos de surtos e graça mostrando o um lado “humano” da loucura. A visão de uma paciente sobre um hospital psiquiátrico desde seus pacientes e suas estruturas até seus funcionários (médicos, enfermeiros), torna-se uma narrativa viciante. O livro também cita pensadores como Freud, e pintores como Fragonard, Rembrandt e Vermeer, e uma passagem muito interessante intitulada “mente x cérebro” em que a autora explica brevemente o processo biológico do funcionamento cerebral. Por fim, quando terminei a fascinante viagem de Garota, interrompida uma frase me veio na mente, “quando um louco parece completamente lúcido é o momento de colocar-le a camisa de força” Edgar Allan Poe e encerro com este gênio minha reflexão sobre este intrigante livro.