Seria possível mesclar
Pop com Mambo e Jazz? A holandesa Caro Emerald provou que sim! Com seu visual
retro, bem como sua sonoridade viciante que envolve uma voz doce e com muita
personalidade. Sua jornada na carreira musical começou com um convite sem
grandes pretensões para gravar "Back It Up". A música combinava pop e
jazz somando ao tempero latino, e alcançou o top 20. O estilo retro permaneceu
no seu primeiro álbum "Deleted Scenes From the Cutting Room Floor"
impulsionando o single "A Night Like This" nos primeiros lugares da
parada europeia e configurando Caro Emerald com uma sonoridade única e de
extremo bom gosto. O seu segundo e mais recente trabalho “The Shocking Miss
Emerald” mantém sua linha de sucesso com 14 faixas, das quais podemos conferir
“One Day”, “Tangled Up” que tem uma leve sonoridade de tango e virou o primeiro
single deste trabalho, “Completely” que particularmente é a minha preferida, “Liquid
Lunch” o segundo single, “Excuse My French” e “My 2 Cents”. Podemos notar em
algumas letras presença da ironia, além de uma carga de melodrama do amor e do
universo feminino, mas sem cair no marasmo convencional do universo pop atual. O
álbum em seu todo é muito bom, vale a pena escutar e colocar no repeat.
sexta-feira, 30 de agosto de 2013
sábado, 24 de agosto de 2013
Cordel
O sabiá do sertão
Faz coisa que me comove
Passa três meses cantando
E sem cantar passa nove
Como que se preparando
Pra só cantar quando chove.
(Biu Gomes)
segunda-feira, 19 de agosto de 2013
"Será que o que vou dizer é uma loucura?"
A Editora Gente recentemente
lançou o selo Única que promete provocar experiências com histórias que
emocionam e cativam o leitor. Um dos primeiros livros a ser lançando é Garota,
interrompida do qual o título original é Girl,
interrupted de Susanna Kaysen. Este livro ficou amplamente conhecido depois
de sua adaptação para o cinema 1999 que tinha em seu elenco atrizes de peso
como Winona Ryder, Vanessa Redgrave, Whoopi Goldberg e a Angelina Jolie que lhe
rendeu o Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante. Mas voltando para o livro que chama
sua atenção por sua capa rosa fluorescente, podemos inferir somado ao seu
título, uma obra direcionada para o público feminino, só que estas aparências nos
enganam. O livro de 190 páginas é dividido em tópicos que se rementem a
lembranças de Kaysen durante seu período de internação. Podemos tirar o
primeiro fato interessante que compõem a obra, uma jovem de 18 anos é internada
e publica suas recordações em forma de livro. Por ser organizada em tópicos a
obra ganha ritmo e intensidade facilitando a leitura sem deixar-nos cair no
tédio. Outro ponto interessante é a personalidade de cada uma das personagens,
que ora nos faz crer que realmente são “loucas”, ora fingem serem “loucas” para
se protegerem. A autora em sua narrativa descreve suas vivencias no Hospital
McLean da qual foi internada voluntariamente após uma tentativa de suicídio.
Durante sua internação conheceu outras jovens de sua idade e a partir daí suas
histórias ganham momentos de surtos e graça mostrando o um lado “humano” da
loucura. A visão de uma paciente sobre um hospital psiquiátrico desde seus
pacientes e suas estruturas até seus funcionários (médicos, enfermeiros),
torna-se uma narrativa viciante. O livro também cita pensadores como Freud, e
pintores como Fragonard, Rembrandt e Vermeer, e uma passagem muito interessante
intitulada “mente x cérebro” em que a autora explica brevemente o processo biológico
do funcionamento cerebral. Por fim, quando terminei a fascinante viagem de
Garota, interrompida uma frase me veio na mente, “quando um louco parece
completamente lúcido é o momento de colocar-le a camisa de força” Edgar Allan
Poe e encerro com este gênio minha reflexão sobre este intrigante livro.
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