terça-feira, 22 de outubro de 2013

ZAZ

Uma cantora francesa vem “perturbando” meus dias. O vício é tão grande que chego dormir e acordar com Isabelle Geffroy, ou melhor, Zaz cantarolando em meus aparelhos eletrônicos. Ela goza de fama principalmente na Europa desde seu primeiro single "Je veux" lançado em 2010, do qual compõe o álbum “ZAZ” de mesmo ano. Em 2013 ela volta à ativa com “Recto Verso” com catorze musicas, e mais três bonus track. O primeiro single trabalhado foi “On ira”, logo em seguida ela lançou “Comme ci, comme ça” e o seu mais recentemente a bela música “Si”. A essências de suas letras refecem a críticas sociais, amorosas e auto-reflexivas, e a qualidade sonora de seus arranjos somados a sua voz e interpretação ora doce, ora dramática justifica este meu vício de escutar sempre ou quase sempre Zaz

A Canção de Aquiles

A escritora americana Madeline Miller frequentou a Universidade de Brown, na qual obteve seu bacharelado e mestrado em latim e grego antigo. Ela também estudou na Universidade do Comitê de Chicago em Pensamento Social, e na Escola de Artes Dramáticas de Yale, em que se concentrou na adaptação de textos clássicos a formas modernas. Não é de se espantar que seu primeiro romance “A Canção de Aquiles”, configurou na lista de best-sellers do New York Times e foi traduzindo para mais de vinte idiomas. O livro também foi o vencedor Orange Prize 2012, além da indicação no Stonewall na categoria melhor escritor do ano.
O livro “A Canção de Aquiles”, é composto por trinta e três capítulos, incluindo no final da obra um glossário de personagens totalizando 390 páginas de um mergulho na história grega enraizada na Ilíada de Homero. A versão em português da obra foi publicada pela Editora Jangada, na qual o tradutor é Gilson César Cardoso de Sousa.
Nesta narrativa acompanhamos o personagem Pátroclo que é um príncipe exilado pelo próprio pai. Ele era desdenhado pela maioria das pessoas, e em seu exilio Fítia constrói uma um sentimento que vai além de uma grande amizade. Eis que surge o imponente e ainda adolescente Aquiles, admirado por sua beleza e força, proferido como o maior guerreiro da Grécia.
Uma amizade que incomoda Tétis (ninfa marinha), mãe de Aquiles, pois, seu grande temor é que o envolvimento dele com o exilado deturpassem a glória e fama revelada na profecia. Mesmo com várias investidas de Tétis para separa-los a amizade se estreitava cada vez mais, construindo laços íntimos entre dois homens.
Até que surge uma guerra, uma das mais famosas da mitologia grega. A Guerra de Tróia vem como uma estamparia deste romance, para agregar ainda mais novos conflitos internos e externos das personagens. É a tão esperada guerra que dará a Aquiles a glória e fama, mas também trará uma grande perda, e consequentemente sua própria morte, após seu duelo com o maior guerreiro de Tróia, Heitor.  
Um momento épico da mitologia grega é a Guerra de Tróia e o duelo entre Heitor e Aquiles. Então pensei: mais um livro sobre a guerra entre gregos e troianos. Só que estava enganado, pois, esta narrativa desenvolveu nos bastidores gregos, do que a guerra em si. A Canção de Aquiles mostra o outro lado do guerreiro, um lado culto e sensível. Miller escreve de uma forma envolvente repleta de referência da obra de Homero e ao mesmo tempo chocante exatamente pela construção dos personagens principais e o envolvimento íntimo deles. Por fim, é uma leitura fácil e prazerosa.