Estranho ainda respirar este ar
Que só causam dores terríveis
E machucam todas as lembranças
Que um dia ainda tenho esperanças
De perdê-las e substituí-las por outras
Curioso é deparar com anseios
De mudança o que já é imutável
Enquanto viajo na minha mente
Conflitos que não tem solução
Meu corpo dormente entrega-se
A fétida carne mundana da podridão
Decompondo todo meu interior
Corroendo todos os meus órgãos
Ressecando as minhas veias
Escoando o meu sangue pelo chão
Entregando meu ser a escuridão
Na sensação de estar solitário
Esperando um resgate carnal
Que parece nunca mais alcançá-lo
Numa solução para o seu final.
Eternamente os olhos fecham-se
Na espera que alcançar uma luz
Cândida para purificar meu espírito
E conduzir para um verdadeiro paraíso
Beijando a tranquilidade da minha alma
Repousando eternamente na branquidão