segunda-feira, 2 de abril de 2012

Teoria da Privada


Você já parou para pensar o quanto preocupamos em agradar o próximo, principalmente aqueles que gostamos. Pois é, somos capazes de “engolir” muita coisa e até esquecer outras por gostar da pessoa. Mas não é apenas isto, as mídias também nos empurra vários conteúdos. Ela nos faz acreditar que determinada tendência ou comportamento é o mais adequado para uma sociedade. Isto é, o que chamo de Teoria da Privada. Como assim? Explico: quando você tem um gosto fora do comum dentro de um determinado grupo, este mesmo grupo o intitula de “gosto duvidoso” ou uma merda. O que concordo, pois todos somos vasos sanitários o que difere é que uns são públicos e outros privados, nestes há mais uma subdivisão os privados radicais e os semi-radicais.
Os vasos sanitários públicos: são aqueles que qualquer um entra e deposita suas fezes sem nem uma restrição, ou seja, pessoas que se deixam influenciar pelo outro por qualquer besteira que ele diga. Há vários exemplos deste tipo de privada: como quem compartilha qualquer bobagem no facebook só porque está na “moda”, ou seres que se contentam como o que a rádio, televisão (mídias de massa) sem nem uma comparação com outros meios de informação. Este tipo é conhecido popularmente como “Maria vai com as outras”. Portanto definimos como vasos sanitários públicos todos aqueles que se contentam com a grande influência do próximo por hierarquia sem nem um questionamento com medo de ser excluído do núcleo social em que frequenta. Lembrando que sanitários públicos podem ser de uma rodoviária, shoppings, bares, os ambientes podem ser diferentes, pois cada um tem seu tipo de publico, mas a ação é a mesma.
Os Vasos sanitários privados radicais: são aqueles que só aceitam as fezes de conhecidos ou familiares, ou seja, são pessoas mais cultas, restritas e críticas, não aceitam apenas uma fonte e costumam conferir quase todas, mas sempre caem pelo que lhe convém. Portanto definimos estes como os seletos e intelectuais que se fecham para o novo e defendem o clássico com unhas e dentes. Por ser restrito este tipo de vaso são residenciais, ou seja, só quem frequenta a casa pode despejar neles.
Por fim, os Vasos sanitários semi-radicais: são aqueles que só aceitam as fezes de conhecidos ou familiares, mas que não se fecham a possibilidades de aceitar fezes de vasos públicos, ou seja, são pessoas de mente aberta, mas podem restringir determinado tipo merda, vai depender da fonte. Portanto definimos este tipo como pessoas de meio termo, que não aprovam o popularesco e nem seguem o clássico, instalando entre os dois, hora mais lá ora mais cá. Por não ser radical aceitam que uma ou outra coisa possa ser despejada na privada, mas mantém seu seleto grupo de preferências.
Assim definimos que todos nos recebemos “merdas” o dia todo por todos os lados, resta-nos selecionar a mais adequada e tentar fazer esta “merda” um fertilizante, com isto, explorar cada vez mais nosso senso crítico e reflexivo dentro de uma sociedade. Caso contrário vamos ser apenas mais uma privada entre tantas outras que recebem e dão descarga tratando como um processo, sem tirar proveito do que é depositado. Os três tipos possíveis de privadas são estes, mas havendo possibilidades de novos tipos surgirem. Agora resta descobrir qual é o seu.  

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