Na penumbra da noite, um homem exausto regressava
para casa, vinha caminhando lentamente, pensando nos infortúnios da vida.
Deparando de frente para a sua porta parou por uns instantes desejando a própria
morte. Sua mulher com um sorriso no rosto o esperava com a janta na mesa. Sem lhe
dirigir uma palavra foi direto para o quarto. Estranhando o comportamento do
marido, ela o seguiu, até que parou no batente da porta. Observava seu rosto
magro com grandes olheiras e notava sua palidez e sujeira atípica, enquanto se despia
ao lado da cama. Ao notar que era observado lançou um sorriso relevando a
podridão de seus dentes, e com um lento gesto a chamou para junto de si. O
corpo suado liberava um perfume desagradável no ar. Conforme aproximava dele o
ingrato cheiro de carniça penetrava em suas narinas. A repulsa de um abraço foi
imediata, mas ele a segurou pelos abraços, puxando-a em direção ao seu corpo
fétido e num forçoso gesto a beijou. O mau cheiro somado ao gosto podre de seu
hálito impregnava-a, causando-lhe náuseas, tornando-a suja como ele. Lagrimas
corriam de seus olhos que vislumbravam o excremento de homem que havia se
casado. Abruptamente sentiu seu corpo ser jogado na cama, o grito foi abafado
pelo vomito que escorria de sua boca. O nojo desta situação o excitava ainda
mais. Quando ela se recompôs, o peso do
marido já estava sobre si, não dando tempo para evitar a violenta penetração. O
horror de seus olhos o excitava ainda mais, que tamanha excitação segurou-a pela
cabeça e começou a bater contra a cabeceira de ferro corroída. Conforme a
penetrava, mais fortes eram as pancadas, até que fendas de sangue trilhavam por
sua nuca sujando a fronha branca com bordado inglês. Ele possuído por um
violento apetite sexual, ela almejando o final de tudo. Com uma última batida, um
gemido de prazer e o desejo de ambos são alcançados. O marido aliviado de seu tesão não deu conta
da esposa morta ao seu lado. Ele deu as costas caindo em um profundo sono e ela
imóvel na cama sem respirar.
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