quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Que tranquilidade é esta
Que tropeça nos meus pés
Que corre por minhas pernas
E faz cócegas em meu ventre.

Que tranquilidade é esta
Que esbarra no meu coração
Que atinge minha garganta
E entra no meu cérebro.

Que tranquilidade é esta
Que aguça minha visão
Que desperta ao meu redor
E me faz compreender.

Que permaneço tranquilo
Que me encontro em paz
Que fico sossegado
Mas que estou sem você.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Chuva de ausência

Até que ponto vale explorar um desastre? Não aguento mais jornais, Twitter e outras mídias que só falam sobre o “Desastre das Chuvas”. Está certo que não custa nada ajudar, mas também não custa nada votar com seriedade, cobrar das autoridades uma solução, ter consciência de morar em áreas de risco, etc. Insensível! Quem elege os políticos? Quem está destruindo as florestas? Quem está poluindo os rios? Quem está devastando animais? Quem está ajudando as vítimas das chuvas? Quem? Quem? Quem?
Oh! Chegou o “defensor da natureza”. Que povo é este que só toma conta parcialmente de um problema e quando ele acontece fica em choque. Espera! Como assim parcialmente? Mandar alimentos, roupas, água é uma ajuda imediata e válida, mas e depois? Até quando você vai arrecadar? Cadê nossos “lideres”? Lembra aqueles que elegemos em 2010, para buscar uma solução desta desgraça e evitar futuras. Por que tantas interrogações? O que eu quero mesmo é saber cadê as respostas? Você tem? 

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Cale-se


Quero tomar de seus beijos,
Sua voz tocar meu corpo,
Suas mãos conversarem comigo.
O seu olhar me comendo,
Seu cheiro me paralisando,
Seu calor me esfriando.
Eis que um som sai,
O meu,
O seu,
O nosso.

Como não irritar um garçom em dez tópicos.

Chegada. Cumprimentar o garçom intimamente sem nunca ter visto e para piorar dando um apelido nada ver só para mostrar o quanto você é descolado e engraçado para seus amigos.
Vamos divertir. Contar uma piada sem graça forçando o garçom e todos da mesa rir sem vontade “a diferença que quem está na mesa geralmente está bebendo ou já vem bêbado junto com o infeliz que banca o Ary Toledo”.
Por falar em bebida. Pedir uma cerveja com a seguinte frase “traga aquela que você guardou para tomar mais tarde”, esta pode ocorrer uma variação em sua construção, mas a essência é a mesma.
O pedido. Este podemos dividir em várias formas, mas o pior são aquelas pessoas que fala de um jeito tão rápido quanto um cantor de rap e vira as costas como se você fosse um decodificador de fonemas e deve anotar o que foi pedido. O garçom até tenta confirmar, mas o sujeito na ação comunicativa como seus amigos não escuta ou não dá importância.
Ahhhhhhhhh! Quem está gritando? Você é do tipo que gosta de chamar atenção de alguma forma, mas não consegue? Seus problemas serão resolvidos! Grite, cante modas de violas que já é ruim e desafinado ainda, não está contente, pode falar bem alto ou fingir que alguém faz aniversário e comece a cantar parabéns. Sucesso garantido das organizações Tabajara.
Cadê meu pedido? Bom se você vai a algum lugar cheio é obvio que seu pedido pode demorar. Eu sou, tu és e nós seremos aquela pessoa chata, vamos ter que atormentar alguém . Garçom! Vai demorar muito? Estou morrendo de fome, não comi nada o dia todo. Garçom! Estou grávida e morrendo de fome passa o meu na frente. Garçom! Vou pegar um ônibus, vôo, estrada e etc., tem como sair rápido. Garçom! Estou morrendo de sono pode agilizar? É para viajem o seu pedido? Não vou comer aqui mesmo!
Boca suja ou boca cheia? Tem coisa pior do que falar com a boca suja literalmente? Tem! Falar de boca cheia. Imagine uma lavadora de roupa em funcionamento, você vê as roupas girando e mesclando as cores. Agora imagine uma pessoa comendo de boca aberta e falando com você, é sem comentários.
Cabaninha. Não, não é acampamento senão seria divertido é falta de educação mesmo. Sabe aquela mão que até então era para ser discreta mais não é, pois é esta mão está escondendo algo, um palito de dente, a famosa cabaninha. Palitar os dentes na mesa além de ser horrível e pura falta de educação para piorar pede para o garçom a conta numa sincronia de fala e ação, ou melhor, fala e "palitação", se Guimarães Rosa pode, também posso.
A conta! Comeu filé e quer pagar presunto. Existem pessoas que pedem uma coisa e quer pagar outra, a culpa se você adivinhar de quem é. Ok, o garçom pode ter errado, mas você não sabe diferenciar um filé de presunto, bem eu sei.
A saída. Quando você acha que já escutou de tudo, para encerrar quando o garçom não é insultado, ele é motivo de uma última tentativa de piada e você até ri e dá graças.. "foi embora", mas alegria de pobre dura pouco e chega mais dois de chapéu achando que são Antônio Fagundes em “O Rei do Gado”.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Simplesmente o amor.

    O AMOR NÃO TEM PRESSA,
                      NÃO TEM JEITO,
                      NÃO TEM HORA,
                      NÃO TEM MOTIVO.
    O AMOR SIMPLESMENTE ACONTECE
                      SIMPLESMENTE NASCE,
                      SIMPLESMENTE FLUI,
                      SIMPLESMENTE, SIMPLESMENTE
    O AMOR.

domingo, 16 de janeiro de 2011

Aqueles olhos verdes

Era primavera, por volta das dezoito horas quando Julieta desembarca na rodoviária de Marialva uma cidadezinha pequena localizada no norte do Paraná. Exausta, com seu rosto pálido e com olhar escuro e sem brilho, sua expressão de alivio de ter chegado ao seu destino. Logo desperta a atenção dos homens da rodoviária por sua beleza. De pele clara levemente corada do sol, cabelos longos e castanhos conforme o vento os tocava espalhava um perfume floral pelo ar.
Estava escurecendo, Julieta caminhava em largos passos dava para escutar de longe o barulho do salto, tinha a impressão de ter visto alguém, mas não deu importância. Na Rua Atílio Lajes fica assustada ao avistar o cemitério da cidade e casarões antigos e desbotados com o tempo, andava mais rápido quase correndo, e olhando para trás percebia que alguém estava ali, um vulto. Um homem não dava para ver muito bem, estava vestido de preto e só se notava a fumaça que proveniente do seu cigarro.
- Quem está ai?
Com uma voz tensa, escutou apenas seu eco no vazio da noite. Olhando para o vulto perguntou novamente quem estava ali. A fumaça já não existia mais, e o silêncio fazia-se soberano. Enfrente ao portão principal do cemitério com duas grandes árvores cujo seus galhos secos entrelaçados servindo de ninhos para pássaros. Do nada o homem misterioso surge diante de teus olhos, Julieta ficou mais branca do que já era e com o susto desmaia.
Encontraram-na no dia seguinte, dopada quase nua estirada no tumulo de mármore preto, com vasos de estampa chinesa e gérberas da cor laranja. Dois dias se passaram e Julieta acorda meio sonolenta, com dores no corpo. Havia perdido muito sangue e os hematomas eram perceptíveis em todo seu corpo.
O delegado Jonas Lopes respeitado pelos moradores, de postura firme e cara fechada, ciente de sua melhora entrou no quarto, e foi perguntando a moça o que aconteceu naquela noite de terça feira.
- Aqueles olhos verdes! Tremula e delirando respondia.
O medico achou melhor interronper, alegando que a paciente precisava de repouso. Saindo do quarto os dois entre as despedidas, num piscar de olhos o medico deixa cair sua lente de contato do olho esquerdo.
- Pode deixar que eu pego! Adiantando o delegado.
- Obrigado.
Entregou a lente para o medico e notou que seu olho esquerdo é verde. Achou estranho, mas não perguntou por que esconder olhos tão belos, e foi embora.