terça-feira, 30 de agosto de 2011

Receita: Político à brasileira


Político à brasileira

2 colheres das de sopa de discurso
1 colher das de sopa de boa dicção
1 envelope de um partido político
1 xícara das de chá de voto comprado
½ xícara das de chá de promessas
500g de propina
2 colheres das de café de raspas de laranja

Cobertura

200 ml de escândalos
3 colheres das de sopa de troca de partido
2 laranjas descascadas e picadas


Modo de fazer:

Numa tigela misture o discurso com a boa dicção mais o envelope de partido político mexa até dissolver. Junte as promessas, o voto comprado, a propina e as raspas de laranja. Bata até o final das eleições despeje no congresso untado e deixe assando por quatro anos. Para a cobertura ferva os escândalos na mídia, acrescente a troca de partidos e por último as laranjas descascadas. Espere esfriar nos tribunais por um tempo e jogue por cima até cobrir tudo. Sirva quente ou frio nas próximas eleições.


Ida e vinda


Da tranquilidade
Para o caos,
Que medo.
Que medo é este?
Medo da diversidade,
Grandiosidade,
Da vontade.
Que vontade é esta?
De retornar num lugar que nasceu,
Mas que não te conhece.
O que você conhece?
Conheço pouco, muito pouco
Para enfrentar esta gigantesca.
Quem é a gigantesca?
É aquela que sempre quis voltar,
Mas nunca lutei para ficar.
É aquela que tudo demora,
Mas tudo acontece.
Oportunidades, emoções,
Violência, estresse.
Mãe acolhedora
Que não renega seus filhos
Filhos estes que legítimos ou não,
Em busca dum futuro
Que já é realidade.
Realidade de mudar
Tentar mudar.
Chão de vários climas
De inundações e perfurações.
Terra mutante e transgressora,
E com certa dor e alivio
Eu regresso a calmaria
Abandonando
A terra acolhedora
A terra da garoa. 

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Roubado


Estou atirado no chão
Com o peito dilacerado
As feridas expostas
O sangue escorrendo
Um órgão me foi tirado
Aquele que mantinha vivo
Pulsando por um sentimento
No seu lugar está um orifício
Um buraco inflamado
Inflamado de dor
E já neutralizado

Os olhos imóveis
Lagrimas petrificada
Não salgam mais minha dor
Nem aliviam minha alma
Meu corpo passivo
Expeli o sangue
Expulsa o sentimento
Infecundo se comporta
Pois algo me foi retirado
E foi meu coração
Ele que foi roubado

Quando pode ser tarde.


Quando estiver carente saberá que minha porta está aberta.
E quando você passar por ela me encontrará em pé na sua espera.

Quando estiver carente saberá que minha porta está aberta.
E quando você passar por ela me encontrará sentado na sua espera.

Quando estiver carente saberá que minha porta estará aberta.
E quando você passar por ela me encontrará deitado na sua espera.

Quando estiver carente saberá que minha porta está aberta.
E quando você passar por ela já não me encontrará mais na sua espera.

Procurará em todos os cômodos e gritará por meu nome
Mas o silêncio será tão pleno quanto foi sua ausência

Quando estiver carente não adianta mais bater na minha porta.
Pois encontrará um bilhete dizendo que já não vivo mais na sua espera.

sábado, 20 de agosto de 2011

Esperança


Há uma esperança de te encontrar
De aconchegar em seus braços
De protegendo e sendo protegido

Há uma esperança de te encontrar
Para reatar nossa conversa
Para escutar e ser ouvido

Há uma esperança de te encontrar
Sentir sua presença, seu espírito
De ver, o que já não tenho visto

Há uma esperança de te encontrar
Para te mostrar quem eu sou
E o quanto quero estar contigo

Há sempre uma esperança
De querer te encontrar

Há sempre uma esperança
Que não deixa desistir
Que não deixa se entregar

Porque no final de tudo
Há sempre uma esperança
De um amor, de amar

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

A novela globo-brasileira.


     Qual é a emissora que faz a melhor novela brasileira? Qualquer um, pelo menos a grande maioria vai dizer que são as novelas da Rede Globo. Mas qual é o segredo deste sucesso que vem disputando junto com o futebol o titulo de paixão nacional?  Eu não sei, o fato é que não é preciso assistir ou acompanhar uma novela para saber o conteúdo de cada capítulo, pois ela tem uma influência tão grande em nossas vidas que vira comentário no dia seguinte em distintos ambientes como uma conversa de vizinhos ou até no ambiente de trabalho. Mesmo você tentando fugir do assunto tenho impressão que ele te segue e se você não comenta está ligeiramente excluso da roda. 
Hoje é o ultimo capítulo da novela das oito e o “mistério” quem matou Norma terá um fim. Isto lembra outras novelas de grande sucesso como a Próxima Vítima (Quem é o assassino) e Vale Tudo (Quem matou Odete Roitman) que fizeram parar o país em seu ultimo episódio exibido e já virou até clichê de fim de novela. Assim como o casamento do casal que fica nas idas e vindas de um romance conturbado. Portanto lanço uma pergunta: por que devemos assistir novelas então? Para ter o que comentar no dia seguinte, para passar o tempo preenchendo suas noites de descanso, há pessoas que dizem para discutir assuntos de verossimilhança do nosso cotidiano. E por que não devemos assistir novelas? Porque todas são parecidas e discutem vagamente um assunto polêmico, porque modificam conforme a aceitação do telespectador limitando ou podando a “criatividade” do autor, porque deixamos de discutir coisas de maior importância para comentar se Maria deve se casar com João ou José, porque você sempre sabe o que vai acontecer no dia seguinte.
O fato é que não tem nada de inovador e muito menos criativo as novelas atuais, por isto vira e mexe tem as reedições de novelas antigas na tentativa de repetir seu sucesso e “melhorar” a programação deste gênero televisivo. Um molde gasto, mas que ainda faz sucesso vai entender, ou melhor, vai tentar assistir para entender esta febre que parece que não terá fim nas noites noturnas dos lares brasileiros. 

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Enganando

Veio como uma conversa
Tornou-se um desabafo
Deixou-me mais confuso
No meio da cerca estou
Sem saber o que fazer
Só não quero estar só
Só não quero te perder

Mas que medo é este
Que me toma por inteiro
Anulando minhas atitudes
Deixando-me com medo

Eu não sei o dizer
Não sei o que falar
Dou voz ao meu coração
Ou razão aos meus medos
Será que tem algo melhor
Ou será que o melhor já tenho

Resta-me uma atitude
Somado a uma coragem
Resta-me um receio
De te machucar
E acabo machucando
Por medo de ficar só
Vou me enganando.

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Pensamentos


Em meio à solidão
Entrego meu coração
Sem medo da desilusão
Nem de minha aflição
Pois nada me impedirá

No meio duma luta
Travo batalhas injustas
Com cobranças estúpidas
De quem não devo cobrar

Por meio de argumentos
Escrevendo meus lamentos
Alguns com arrependimentos
Sem saber como regressar

De meio em meio
Fico petrificado
Por vezes sentado
Esperando você voltar.

domingo, 7 de agosto de 2011

O Orfanato




     O Orfanato (El Orfanato 2007) é uma produção Espanha-México que deu certo. O filme de suspense provoca em alguns momentos certo “medo” devido seus mistérios e boas cenas de “terror”. Ele possui uma estrutura similar do filme “Os Outros”, por se tratarem de “espíritos” que habitam uma casa, porém as semelhanças creio ficar por aí.
     A narrativa acontece numa antiga casa que foi um orfanato em que Laura (Belén Rueda) passou parte de sua infância. Após ser adotada deixa o orfanato e só regressa a ele depois de casada com Carlos e seu filho Simon de 7 anos, como a intenção de reabrir o orfanato abandonado há anos. O menino que tinha amigos imaginários e vivia brincando como eles, até que em um passeio com sua mãe ele conhece mais um “amigo imaginário” e durante uma festa em sua casa Simon desaparece, assim começa o desenrolar o suspense.
     Quem assina a direção é Juan Antonio Bayona com a produção de Guillermo Del Toro que dispensa comentários em termos de produção cinematográfica. A atriz espanhola Bélen Rueda rouba a cenas como sua interpretação quase que impecável. Um filme que do começo ao fim tem narrativa interessante e como um final surpreendente. 


sábado, 6 de agosto de 2011

ADEUS

Quero dar-te todo meu silêncio
Como reposta de tua ausência
Quero migrar em outros campos
Como forma de desobediência

Quero sair deste ciclo vicioso
Que não vai me levar a nada
Não quero olhar para trás
Lá ficará a vida amargurada

Quero não ter medo de perder
Algo que nunca tive realmente
Quero olhar para o horizonte
E assim, caminhar para frente

Não quero mais o seu silêncio
Não quero mais sua ausência
Não quero mais esta vida
Não quero mais esta existência.

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

O frio

O frio lhe pegou de surpresa,
Era de madrugada
Sem ter o que vestir,
Vestiu um casaco sujo e grande
Pretendendo aquecer-se.

O frio atingiu seu estomago,
Logo de manhã,
Sem ter o que comer.
Saiu bem rápido
Em busca de um bom prato.

O frio soprou em seus ouvidos.
Já era quase meio dia
Que e nem um alimento
Ele encontraria,
Mas o resto o procuraria.

O frio agrediu seus ossos.
Havia anoitecido
Seu rosto marcado
Ficou mais endurecido.
Coberto por notícias
Havia dormido.

O frio não lhe pegou de surpresa
Nesta gelada manhã
Os jornais voaram para o lado
O corpo estava gelado
A vida havia lhe abandonado