Eu quero tchu, eu quero tchá
Eu quero tchu tchá tchá tchu tchu
tchá
Tchu tchá tchá tchu tchu tchá
(2x)
Este refrão eu chamo axé sonoro: há
quase uma inexistência de palavras e um abuso de sons onomatopeicos. Tudo para
obter uma sonoridade “clichete” que mesmo não gostando não sai de nossas
cabeças.
Cheguei na balada, doidinho pra
biritar, (cheguei na balada doido para beber, agora preste atenção no verso
seguinte)
A galera tá no clima, todo mundo
quer dançar, (qual é a relação com a frase anterior? É biritar rima com dançar,
só bêbado deve dançar isto)
O Neymar me chamou, e disse
"faz um tchu tchá tchá", (Neymar e os cantores fazendo o tchu tchá tchã..Hum,
sem comentários)
Perguntei o que é isso, ele disse
“ vou te ensinar".
É uma dança sensual, em Goiânia
já pegou, (a frase anterior ele “disse” que ia ensinar, mas isto não condiz com
a sequência que dá uma alusão do que seria este Tchu tchá tchã)
Em minas explodiu, em Santos já
bombou, (Digo alusão porque não ensina como muita música de axé faz “bota mão
no joelho dá uma baixadinha” e não fala que é está sequência de sons
onomatopeicos. Outro ponto curioso o Santos só aparece para fazer referência ao
Neymar).
No nordeste as mina faz, no verão
vai pegar, (qual é o sentido da primeira oração com a segunda? Não existe são
apenas algumas palavras jogadas para rimar com o cantar no próximo verso. No
nordeste se faz muita coisa e o resto copia, mas só no verão).
Então faz o tchu tchá tchá, o
Brasil inteiro vai cantar.
Esta é uma “letra” de sucesso no
país, como foi visto podemos ver o quanto é vasto seu vocabulário e o quanto
tem conteúdo está “canção”. Há uma tendência
musical entre as bandas de axé que estão passando para duplas de sertanejo
universitário. Creio que isto passa, mas até quando vai sair uma e entrar outra
com refrão onomatopeico. Acho que seria
legal ter uma música sonora, mas com um mínimo de letra compreensível. Enquanto tocar estas músicas o povo emburrece
e alimenta ainda mais a indústria fonográfica de má qualidade de nosso país.