Uma cantora francesa
vem “perturbando” meus dias. O vício é tão grande que chego dormir e acordar com
Isabelle Geffroy, ou melhor, Zaz cantarolando em meus aparelhos eletrônicos. Ela
goza de fama principalmente na Europa desde seu primeiro single "Je
veux" lançado em 2010, do qual compõe o álbum “ZAZ” de mesmo ano. Em 2013
ela volta à ativa com “Recto Verso” com catorze musicas, e mais três bonus track. O primeiro single
trabalhado foi “On ira”, logo em seguida ela lançou “Comme ci, comme ça” e o
seu mais recentemente a bela música “Si”. A essências de suas letras refecem a
críticas sociais, amorosas e auto-reflexivas, e a qualidade sonora de seus
arranjos somados a sua voz e interpretação ora doce, ora dramática justifica
este meu vício de escutar sempre ou quase sempre Zaz.
terça-feira, 22 de outubro de 2013
A Canção de Aquiles
A escritora americana Madeline
Miller frequentou a Universidade de Brown, na qual obteve seu bacharelado e
mestrado em latim e grego antigo. Ela também estudou na Universidade do Comitê
de Chicago em Pensamento Social, e na Escola de Artes Dramáticas de Yale, em
que se concentrou na adaptação de textos clássicos a formas modernas. Não é de
se espantar que seu primeiro romance “A Canção de Aquiles”, configurou na lista
de best-sellers do New York Times e foi traduzindo para
mais de vinte idiomas. O livro também foi o vencedor Orange Prize 2012, além da indicação no Stonewall na categoria melhor escritor do ano.
O livro “A Canção de
Aquiles”, é composto por trinta e três capítulos, incluindo no final da obra um
glossário de personagens totalizando 390 páginas de um mergulho na história
grega enraizada na Ilíada de Homero. A versão em português da obra foi
publicada pela Editora Jangada, na qual o tradutor é Gilson César Cardoso de
Sousa.
Nesta narrativa acompanhamos
o personagem Pátroclo que é um príncipe exilado pelo próprio pai. Ele era desdenhado
pela maioria das pessoas, e em seu exilio Fítia constrói uma um sentimento que
vai além de uma grande amizade. Eis que surge o imponente e ainda adolescente
Aquiles, admirado por sua beleza e força, proferido como o maior guerreiro da
Grécia.
Uma amizade que
incomoda Tétis (ninfa marinha), mãe de Aquiles, pois, seu grande temor é que o
envolvimento dele com o exilado deturpassem a glória e fama revelada na profecia.
Mesmo com várias investidas de Tétis para separa-los a amizade se estreitava cada
vez mais, construindo laços íntimos entre dois homens.
Até que surge uma
guerra, uma das mais famosas da mitologia grega. A Guerra de Tróia vem como uma
estamparia deste romance, para agregar ainda mais novos conflitos internos e
externos das personagens. É a tão esperada guerra que dará a Aquiles a glória e
fama, mas também trará uma grande perda, e consequentemente sua própria morte, após
seu duelo com o maior guerreiro de Tróia, Heitor.
Um momento épico da
mitologia grega é a Guerra de Tróia e o duelo entre Heitor e Aquiles. Então
pensei: mais um livro sobre a guerra entre gregos e troianos. Só que estava
enganado, pois, esta narrativa desenvolveu nos bastidores gregos, do que a
guerra em si. A Canção de Aquiles mostra o outro lado do guerreiro, um lado
culto e sensível. Miller escreve de uma forma envolvente repleta de referência da
obra de Homero e ao mesmo tempo chocante exatamente pela construção dos
personagens principais e o envolvimento íntimo deles. Por fim, é uma leitura fácil e
prazerosa.
sábado, 7 de setembro de 2013
Admito
Amo-te como nunca amei
ninguém.
Ainda que se tenha passado
Muitos anos,
Revelo-te,
Te amo.
Entretanto, não te
tenho.
No desespero busco em
outros
Encontra-te,
Não te encontro.
Ainda te amo.
Reprimir-me deste
sentimento
É negar meu desejo
De te querer,
Sabendo
Que não me quer.
Vou movendo,
Em um fingimento
Bloqueando anseios,
Respirando
sofrimentos,
Negando possibilidades.
Admito
Que te amo,
Mesmo ciente
Que não me ama.
Amo-te como nunca
amei ninguém.
sexta-feira, 30 de agosto de 2013
Miss Emerald
Seria possível mesclar
Pop com Mambo e Jazz? A holandesa Caro Emerald provou que sim! Com seu visual
retro, bem como sua sonoridade viciante que envolve uma voz doce e com muita
personalidade. Sua jornada na carreira musical começou com um convite sem
grandes pretensões para gravar "Back It Up". A música combinava pop e
jazz somando ao tempero latino, e alcançou o top 20. O estilo retro permaneceu
no seu primeiro álbum "Deleted Scenes From the Cutting Room Floor"
impulsionando o single "A Night Like This" nos primeiros lugares da
parada europeia e configurando Caro Emerald com uma sonoridade única e de
extremo bom gosto. O seu segundo e mais recente trabalho “The Shocking Miss
Emerald” mantém sua linha de sucesso com 14 faixas, das quais podemos conferir
“One Day”, “Tangled Up” que tem uma leve sonoridade de tango e virou o primeiro
single deste trabalho, “Completely” que particularmente é a minha preferida, “Liquid
Lunch” o segundo single, “Excuse My French” e “My 2 Cents”. Podemos notar em
algumas letras presença da ironia, além de uma carga de melodrama do amor e do
universo feminino, mas sem cair no marasmo convencional do universo pop atual. O
álbum em seu todo é muito bom, vale a pena escutar e colocar no repeat.
sábado, 24 de agosto de 2013
Cordel
O sabiá do sertão
Faz coisa que me comove
Passa três meses cantando
E sem cantar passa nove
Como que se preparando
Pra só cantar quando chove.
(Biu Gomes)
segunda-feira, 19 de agosto de 2013
"Será que o que vou dizer é uma loucura?"
A Editora Gente recentemente
lançou o selo Única que promete provocar experiências com histórias que
emocionam e cativam o leitor. Um dos primeiros livros a ser lançando é Garota,
interrompida do qual o título original é Girl,
interrupted de Susanna Kaysen. Este livro ficou amplamente conhecido depois
de sua adaptação para o cinema 1999 que tinha em seu elenco atrizes de peso
como Winona Ryder, Vanessa Redgrave, Whoopi Goldberg e a Angelina Jolie que lhe
rendeu o Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante. Mas voltando para o livro que chama
sua atenção por sua capa rosa fluorescente, podemos inferir somado ao seu
título, uma obra direcionada para o público feminino, só que estas aparências nos
enganam. O livro de 190 páginas é dividido em tópicos que se rementem a
lembranças de Kaysen durante seu período de internação. Podemos tirar o
primeiro fato interessante que compõem a obra, uma jovem de 18 anos é internada
e publica suas recordações em forma de livro. Por ser organizada em tópicos a
obra ganha ritmo e intensidade facilitando a leitura sem deixar-nos cair no
tédio. Outro ponto interessante é a personalidade de cada uma das personagens,
que ora nos faz crer que realmente são “loucas”, ora fingem serem “loucas” para
se protegerem. A autora em sua narrativa descreve suas vivencias no Hospital
McLean da qual foi internada voluntariamente após uma tentativa de suicídio.
Durante sua internação conheceu outras jovens de sua idade e a partir daí suas
histórias ganham momentos de surtos e graça mostrando o um lado “humano” da
loucura. A visão de uma paciente sobre um hospital psiquiátrico desde seus
pacientes e suas estruturas até seus funcionários (médicos, enfermeiros),
torna-se uma narrativa viciante. O livro também cita pensadores como Freud, e
pintores como Fragonard, Rembrandt e Vermeer, e uma passagem muito interessante
intitulada “mente x cérebro” em que a autora explica brevemente o processo biológico
do funcionamento cerebral. Por fim, quando terminei a fascinante viagem de
Garota, interrompida uma frase me veio na mente, “quando um louco parece
completamente lúcido é o momento de colocar-le a camisa de força” Edgar Allan
Poe e encerro com este gênio minha reflexão sobre este intrigante livro.
terça-feira, 23 de julho de 2013
The Help
O filme Histórias Cruzadas (The
Help) mostra a rotina americana de patroas e empregadas. Esta distinção fica
bem definida entra as raças e consequentemente o preconceito racial americano.
Ambientado na década de 60, no estado do Mississippi, acompanhamos as histórias
das personagens como a futilidade e o falso moralismo das patroas, em contra
partida o tratamento muitas vezes humilhante que sofriam as empregadas. Poderia
retratar esta relação apenas com um desnível social entre as classes, mas o preconceito
racial sobressai nestas diferenças desencadeando conflitos, tristezas e alegrias.
As histórias entrelaçam quando uma jovem recém-formada arruma um emprego no
jornal local, mas seu grande sonho era virar uma escritora. Então surge a ideia
de escrever um livro sobre a relação patroa/empregada, mas sobre a visão das
empregadas. A missão torna-se difícil, pois temendo perseguições e o desemprego
as mulheres negras se recusavam a contar suas histórias, até que Aibileen
(Viola Davis) resolveu contar a sua e devido às outras decorrências Minny
(Octavia Spencer) passou a contar a sua também, que alias rouba as cenas com
seu temperamento, protagonizando muitas cenas cômicas com a sua nova patroa Celia
Foote (Jessica Chastain). Um filme emocionante e chocante para refletir sobre a
visão humana em relação ao outro independente da posição social e raça.
sábado, 20 de julho de 2013
Dia do Amigo
O dia do amigo pode ser
Um dia,
Uma semana,
Um mês,
Um ano,
Um punhado de anos.
Tenho como amigos
Os que falam e hablam;
Os distantes e os próximos;
Os diários,
Os semanais,
Os mensais,
Os anuais
E os constantes.
Mesmo assim,
Tenho poucos amigos.
Amigos "humanizados",
Que erram;
Que acertam;
Que machucam;
Que trazem felicidades;
Que trazem tristezas;
Que criticam;
Que elogiam;
Que não são perfeitos
E ainda bem que não são.
Porque seriam muito chatos se fossem.
segunda-feira, 8 de julho de 2013
Decepção
O gosto açucarado dos meus desejos
Amargaram com seus ensejos.
O choro contido de mais uma decepção,
Inundou meu espírito em desolação.
O sentimentalismo deturpado
Infestou-me como um fardo.
Amargando meu ser,
Inundando em minha tristeza
Infestado de um vazio.
quinta-feira, 20 de junho de 2013
Bruja Mala?
O novo trabalho de Mala Rodríguez
intitulado “Bruja” foi lançado nesta semana, mas precisamente no dia 18 de
junho na Espanha. Mala em suas entrevistas justifica o título de seu novo trabalho, para
ela Bruxa é “uma mulher livre e sábia”, e complementa “é como me sinto”. A associação de bruxa como algum ruim pode-se
justificar preceitos cultivados na Idade Média, em que as mulheres “livres” e
sábias eram acusadas de praticas de bruxaria e condenadas a morte. Uma visão
que sustentamos até hoje, com a significação “negativa” que essa palavra traz
desde esta época. Já a cantora espanhola afirma “todas as bruxas são boas”. O álbum
segue conceitos sustentados em trabalhos anteriores enaltecendo o feminismo,
críticas sociais e a liberdade. Divididos em 13 faixas, das quais algumas vêm
circulando pela internet nos últimos tempos como “Hazme Eso”, “La Rata”, “Caja
de Madera” e a “Quién Manda”. Certamente Bruja vem para superar o sucesso de “Dirty
Bailarina” e expandir ainda mais sua carreira musical pelo mundo. O seu
primeiro single a ganhar videoclipe é “33”, em que Mala tem uma performance agressiva
bem condizente com a letra desta música, que aborda questões da fé, educação e comportamento
dos seres humanos.
domingo, 2 de junho de 2013
De quanta terra precisa o homem?
Um conto do grande escritor russo
Liev Tolstói, no qual recria uma narrativa de um homem ganancioso que tem como
objetivo possuir mais terras. Um ponto interessante é o espaço que este conto
abre para discussões entre a vida no campo e na cidade, ambas com suas vantagens
e desvantagens. A parir daí eis que surge o pensamento "Se eu tivesse
muita terra, não temeria nem mesmo o próprio diabo", e o próprio demo
instiga este desejo de sempre querer mais. Seria o diabo uma representação
deste capitalismo desenfreado que todos nos possuímos? Seria uma critica aos
valores do homem? Certamente podemos fazer uma alusão ao consumo de massa que vivenciamos
no modelo capitalista, nos conduzindo numa reflexão de até que ponto vale
cultivar nossa ganância para obter, ter, o poder, o dinheiro? Tolstói demonstra
que o custo pode ser alto de mais, como o desfecho desta narrativa. As ilustrações
De quanta terra precisa o homem? fica por conta do chileno Cárcamo, que retratou
com perfeição os camponeses russos do século XIX, dando mais um bom motivo para
embarcar nesta narrativa do qual tem o título questionador, em busca de uma
resposta surpreendente.
sábado, 1 de junho de 2013
MAMA
Para quem já se impressionou com
o belo Labirinto do Fauno e o Não tenha Medo do Escuro, ambas com a mão de Guillermo
del Toro entre outros sucessos deste cineasta mexicano, pode traçar vários pontos
em comum, como por exemplo a figura da criança que estas narrativas desenvolvem. Mama que demonstra algumas cenas “clichês”
ao mesmo tempo tenta mostra-las sob uma nova ótica, nem sempre original, mas
certamente impactante. O filme trabalha com a estrutura familiar, mais focado na
relação mãe e filha. Uma sucessão de fatos que vão abalando e reestruturando
estes laços, aflorando sentimentos que até então eram praticamente inexistentes,
ou desconhecidos pelas personagens. A ‘maldade’ dos homens, perdas, ciúmes,
mortes e um trabalho com o lúdico tenebroso chamam a atenção para este filme
tanto na sua narrativa, quanto nos efeitos visuais característicos nos
produções de d’Toro. Outro importante destaque foi a excelente atuação das
meninas Isabelle Nelisse (Lily) e Morgan McGarry (Victoria), além da atriz Jessica
Chastain (Annabel) que dispensa qualquer comentário. Quem assina a direção e o
roteiro de Mama é Andres Muschietti que foi no baseado em seu próprio curta. A
trilha sonora ficou para o encargo do espanhol Fernando Velázquez que realizou um
trabalho impecável e de extremo bom gosto. Por fim, Mama é um filme que vale a
pena ver por toda competência que Guillermo del Toro vem mostrando no decorrer
de sua carreira.
sexta-feira, 19 de abril de 2013
O Dia do Índio
O índio brasileiro antes de tudo
é um cidadão brasileiro, mesmo contendo na sua história uma série de injustiças,
perseguições e mortes causadas em grande parte pelos nossos colonizadores, ainda
é um cidadão. E como este deve obter direito e deveres, bem como os outros
brasileiros (brancos, negros, amarelos). O Dia do Índio, portanto deve ser
celebrado pela história e cultura do próprio e relembrando que ele tem o direto
garantido pela constituição, mas e seus deveres? Não podemos trata-lo como um
artigo de museu preservando sua cultura e fechando os olhos para seus crimes. O
índio deve ser respeitado, bem como todos os nascidos neste país. Ele deve ter sua
cultura preservada, bem como os nortistas, sulistas, caipiras e etc. Deve ser
julgado, bem como todos os outros brasileiros que cometem furtos, assassinatos
entre outros crimes. Devemos respeitar os indígenas não somente por serem determinados
assim, mas por integrar uma parte de nossa cultura e nossa nação. O índio é
brasileiro como você, como eu e deve ser julgado como tal somos.
sábado, 30 de março de 2013
Exclusivo!
Domino
Saints é uma dupla de Pop/Urbano de San Juan, Puerto Rico formada em 2007 por Giselle
Ojeda e David Leal. Lançaram seu primeiro trabalho em 2009 em que a música "Buenos
Días San Juan" virou hit em Puerto Rico e nos Estados Unidos. O duo que
mescla o hip hop, dancehall um reggae “mais acelerado”, com sons eletrônicos,
sem deixar de lado as raízes latinas do caribe, associado a um visual excêntrico e com boas melodias. Em 2012 voltaram na ativa com o
single "Malas Mañas" e recentemente com o single “Exclusivo” é
praticamente um convite para dançar, e que tem tudo para fazer sucesso inclusive
em solo brasileiro, se não fosse a restrita abertura das novas tendências musicais latinas,
bem como os artistas latinos como estes dois porto-riquenhos.
sexta-feira, 29 de março de 2013
A história da ninfa Eco
Eco falava e inventava muito,
causando uma grande irritação na deusa Hera (esposa de Zeus) que a
condenou. O castigo consistia em apenas
repetir os últimos sons que escutava. Deste modo ela não mentiria mais, pois só
poderia reproduzir o final da fala dos outros. Certo dia Eco saiu para caçar,
quando deparou com Narciso, neste momento a ninfa apaixona-se perdidamente por
ele. Mas devido o castigo de Hera a ninfa só poderia falar depois dele e por
reflexão do som. Narciso perdido na mata começou a chamar por algum de seus
companheiros, com a esperança de obter alguma resposta. Esta que veio pela
ninfa Eco, mas não encontrando ninguém ao seu redor ele tornou a gritar “então
juntemo-nos”, ela muito contente repetiu “juntemo-nos” e apareceu. Desapontado
por não ser um de seus companheiros Narciso questionou a ninfa “pensa que eu te
amo?”. Eco desapontada foi obrigada a repetir “eu te amo” e fugiu desesperada.
A partir daí foi-se definhando em tristeza até ficar pele e osso. Ciente deste ocorrido
Zeus interveio transformando-a em pedra, para que assim sua voz permanecesse no
mundo reproduzindo as ultimas notas, pois o som dá de encontro com um obstáculo
e volta para trás gerando o “eco”, que tem esse nome exatamente por causa da
ninfa Eco.
Referência bibliográfica:
LOBATO, Monteiro. Os doze
trabalhos de Hércules. 2ª Ed. São Paulo: Globo, 2011.
quarta-feira, 27 de março de 2013
Sidrato e o Homem do além - da saga de um assassino
Em Sidrato e o Homem do Além: dasaga de um assassino, João Evangelista nos traz um contexto bastante amplo
quando se trata de fenômenos sobrenaturais. A primeira criação literária do
autor compõe entre as novidades da Editora Baraúna. Distribuídas em 24 páginas, acompanhamos
Sidrato em busca de respostas diante da morte de seu pai. Um ocorrido que se
torna uma missão de honra para ele. Em contra partida, o causador de tanto
sofrimento levado pela culpa, refugia-se no seu próprio mundo vivendo de penitência
em busca do perdão divino, mas Sidrato quer vingança. O amor pelo seu pai torna
o encontro com o assassino uma situação bastante complexa exigindo um
equilíbrio emocional. Uma emoção que transcende as barreiras do infinito, vão além
da imaginação para alcançar espaços perdidos nos valores familiares, sendo que
esses são essenciais para uma boa convivência. E é nesta envolvente narrativa
que o autor pretende nos conduzir para a imaginação e refletir sobre os laços
familiares existentes.
terça-feira, 26 de março de 2013
Doente de Amor
A doença invadiu o corpo inflamando de dor e horror
O pus que expele o mau cheiro de uma alma pecaminosa
Que aventura-se em reverter um irreversível quadro.
Uma obra que se desfigura com o decorrer do tempo,
Condenada a pagar mais pelos erros do que pelos acertos,
Na tentativa de aquietar o passado, para não estragar-se o
futuro.
Mas o corpo está terrivelmente adoentado,
Inflamações explodem sem tréguas em todas as partes,
De tal forma que fica inviável evitar o fedor exalado.
A doença instalada no coração se alastrou.
Invadiu o corpo expondo a vulnerabilidade,
De um ser que execrado pela falta do seu amor.
sexta-feira, 15 de março de 2013
Kisses Down Low
Kelly Rowland irá lançar seu
quarto trabalho solo intitulado “Talk a Good Game”. Apesar de não ter uma data confirmada a
cantora já havia dado uma prévia do que vem por aí com o videoclipe “Ice” com
a participação do rapper Lil Wayne no final de 2012. Recentemente lançou mais
um single deste álbum a música “Kisses Down Low”, com uma letra provocante, bem como um vídeo
em que a cantora abusa dos visuais lembrando vagamente outras cantoras como Nicki
Minaj, Beyonce, Tony Braxton, Mary J. Blige entre outras. Poderia até ser uma
homenagem ou referência a "Year Of The Woman“, que inicialmente intitulava
esse álbum. O novo videoclipe mantém a linha sexy do anterior “Ice” e segue bem fiel ao Rhythm and Blues
(R&B), ritmo que a consagrou no grupo Destiny’s Child. A cantora depois de passar
pelo pop e sons mais agitados em parcerias de Dj’s como David Guetta em
trabalhos anteriores, regressa as origens do R&B gerando uma grande
expectativa para os apreciadores deste gênero. Acredito que o grande desafio de
Kelly Rowland é sair da “sombra” do grupo e consagrar-se realmente como uma
cantora solo, assim como fez sua parceira de grupo Beyonce. Potência vocal e
ritmo ela já vem mostrando que possuí então o que falta?
quinta-feira, 14 de março de 2013
O Retrato de Dorian Gray
Uma beleza pura encontra-se em
monotonia pousando para um retrato que eterniza sua jovialidade e reflete a
transformação de sua alma. O artista Basil Hallward executou sua obra prima “O
Retrato de Dorian Gray”, nela a extraordinária beleza, abalou o próprio modelo,
que num primeiro momento passou a admirar e depois odiar sua bela juventude
eternizada pelos traços do pincel. A partir daí, o jovem Dorian Gray se vê corrompido
pelos pensamentos capciosos até então de seu recente amigo Lord Henry Wotton,
que causa ciúmes em Hallward. Munido de argumentos
concisos Lord Henry é capaz de desvirtuar o mais puro dos corações. A
influência perigosa do aristocrata instiga Dorian a viver os prazeres que
juventude proporciona conduzindo-o para um futuro “ideal”, mas pagando um alto
preço por este idealismo. A arte do
homem que é eternizada contrapondo com a arte da natureza que segue seu ciclo
finito, provocando apreciações e sentimentos de injustiça na deterioração do
belo que não é eterno. Além de constantes críticas do comportamento aristocrático
inglês faz desta obra uma inquietude da alma. Esta que conforme os atos perversos
de Dorian vão corroendo a sua bela imagem retratada, fazendo do retrato um
espelho visível na transformação de sua essência. Fato que o faz trancafiar a obra
impedindo todos até o próprio artista de vê-la, com medo de que todos depreciem
sua verdadeira imagem. A beleza superficial do ser, admiração excessiva pelo
mesmo sexo, paixões corrosivas, amores e mortes, incrementam uma narrativa
trágica do ser humano, acompanhado dum final que nem sempre é “feliz”. Certamente, isto vem a aclarar porque esta é
uma das melhores obras de Oscar Wilde e porque ele foi um dos melhores autores
da Era Vitoriana e é um dos maiores autores da Literatura Inglesa.
terça-feira, 12 de março de 2013
Quem sou eu?
Um crítico sem crítica,
Um louco sem loucura,
Um faminto sem fome,
Um bêbado sem bebida,
Um apaixonado sem paixão.
Um louco sem loucura,
Um faminto sem fome,
Um bêbado sem bebida,
Um apaixonado sem paixão.
segunda-feira, 4 de março de 2013
Desvirtuado Amor
Na penumbra da noite, um homem exausto regressava
para casa, vinha caminhando lentamente, pensando nos infortúnios da vida.
Deparando de frente para a sua porta parou por uns instantes desejando a própria
morte. Sua mulher com um sorriso no rosto o esperava com a janta na mesa. Sem lhe
dirigir uma palavra foi direto para o quarto. Estranhando o comportamento do
marido, ela o seguiu, até que parou no batente da porta. Observava seu rosto
magro com grandes olheiras e notava sua palidez e sujeira atípica, enquanto se despia
ao lado da cama. Ao notar que era observado lançou um sorriso relevando a
podridão de seus dentes, e com um lento gesto a chamou para junto de si. O
corpo suado liberava um perfume desagradável no ar. Conforme aproximava dele o
ingrato cheiro de carniça penetrava em suas narinas. A repulsa de um abraço foi
imediata, mas ele a segurou pelos abraços, puxando-a em direção ao seu corpo
fétido e num forçoso gesto a beijou. O mau cheiro somado ao gosto podre de seu
hálito impregnava-a, causando-lhe náuseas, tornando-a suja como ele. Lagrimas
corriam de seus olhos que vislumbravam o excremento de homem que havia se
casado. Abruptamente sentiu seu corpo ser jogado na cama, o grito foi abafado
pelo vomito que escorria de sua boca. O nojo desta situação o excitava ainda
mais. Quando ela se recompôs, o peso do
marido já estava sobre si, não dando tempo para evitar a violenta penetração. O
horror de seus olhos o excitava ainda mais, que tamanha excitação segurou-a pela
cabeça e começou a bater contra a cabeceira de ferro corroída. Conforme a
penetrava, mais fortes eram as pancadas, até que fendas de sangue trilhavam por
sua nuca sujando a fronha branca com bordado inglês. Ele possuído por um
violento apetite sexual, ela almejando o final de tudo. Com uma última batida, um
gemido de prazer e o desejo de ambos são alcançados. O marido aliviado de seu tesão não deu conta
da esposa morta ao seu lado. Ele deu as costas caindo em um profundo sono e ela
imóvel na cama sem respirar.
quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013
"Lê, lê”, “Bará, bará”, “Tchu, tcha”, “Tchê, tchê” e “Parapapá”
O sertanejo universitário deveria
se chamar sertanejo “maternal”. A decadência deste estilo musical é constante. Letras
do tipo “lê, lê”, “bará, bará”, “tchu, tcha”, “tchê, tchê” estão mais presentes
nas musicas, do que em vocabulário de recém-nascido. O mais absurdo é que “canções”
deste tipo sempre frequentam as paradas musicais, retratando a qualidade
decadente e a falta de criticidade da população brasileira. Tentarei fazer uma analise
superficial da música “É Nóis Fazê Parapapá”, para comprovar mais uma vez a
falta desta qualidade.
“Você me provoca me
alucina,
Desconcentra me
apaixona e toda hora a gente se esbarra
Eu já cerquei os seus
amigos,
Arranquei o seu
sorriso, entrei na sua agenda de baladas
Você dançando e me
puxando, descendo até o chão
Te pego forte, te dou
um beijo e só tem uma solução
É nóis
"fazê" Parapapá Parapapá Parapapá
Garrar, beijar,
"fazê" Parapapá
É nóis
"fazê" Parapapá Parapapá Parapapá
Garrar,
beijar..."fazê" Parapapá
E se der mole eu vou
pegar, te agarrar e te beijar
"Fazê"
Parapapapapa”
Apesar de falta de criatividade
do compositor, não há grande problemas de construção das frases e sentido, mas
dava para melhorar. Outro ponto relevante é visão da mulher que demonstra um comportamento
vulgar, além uma alusão ao baile funk, mas não é sertanejo universitário? O
refrão é o pior desta música, a mescla da linguagem coloquial com uma palavra
inexistente, esta fazendo menções a atos sexuais que nos remete bem de longe um
som onomatopeico, mostrando a falta de vocabulário desta letra. O que será
passa na cabeça de um “compositor” para escrever isto? É desesperador ver que uma
língua tão rica quanto a nossa aparecer limitada e precária em forma de música.
Muitos podem dizem que é apenas uma música para diversão, mas o divertido não
pode ter conteúdo? Músicas como “lê, lê”, “bará, bará”, “tchu, tcha”, “tchê,
tchê” e “Parapapá” só vem mostrar o quanto nossa cultura está pobre. Pode ser
que a cultura musical esteja ficando empobrecida, pelo fato do ensino estar
falho e a formação crítica do individuo torna-se vulnerável a esta falha. Portanto,
somos “obrigados” a “escutar” e “patrocinar” estes tipos de música, mostrando
que para fazer sucesso não precisa ter conhecimento cultural, apenas uma vaga
noção de rima e saber reproduzir os sons de recém-nascidos.
Site de referência: www.vagalume.com.br
domingo, 24 de fevereiro de 2013
O Big Bang de Tarantino
Hoje é o dia da grande festa do cinema
americano e não poderia deixar de lado um dos filmes mais bacanas de Quentin
Tarantino, depois Kill Bill. Com cinco indicações: melhor filme, ator
coadjuvante, roteiro original, fotografia e edição de som, "Django
livre" é um bang bang “fora” dos padrões. Podemos esquematizar o filme
como: mocinho, bandido, duelos e donzela, típico do gênero, mas por retratar o
racismo americano ele ganha uma característica incomum nos filmes deste
segmento em que o mocinho é um escravo liberto. Djando (Jamie Foxx) destinado a
encontrar Broomhilda (Kerry Washington) seu grande amor, aceita contribuir e
trabalhar com Dr. King Schultz (Christoph Waltz) um caçador de recompensas alemão.
O filme chega a fazer uma analogia a um conto de fadas alemão em que o príncipe
busca libertar a princesa das garras de um dragão, que este podemos chamar de Calvin
Candie (Leonardo DiCaprio) o dono de Broomhilda. Mais uma vez Tarantino mostra
um cuidado com a trilha sonora e com os efeitos visuais, além do “banho de
sangue” uma marca registrada de diretor que faz ponta, críticas ao racismo americano
incluindo entre os próprios negros e ousa sempre com seu olhar inovador,
invocando reflexões e admirações de mais
uma grande obra da sétima arte.
sábado, 23 de fevereiro de 2013
O Lado bom da Vida
Confesso
que estranhei pela sinopse a indicação para o Oscar de melhor filme, diretor,
atriz, ator e pensei comigo “tenho que ver assistir este filme!”. Ainda bem que o assisti, com isto, recordei de
um ditado popular “não julgue o livro pela capa”. Não acredito que leve a
estatueta de por melhor filme, mas certamente é um bom filme de romance que
retrata um clichê às “avessas”, para contar história de perdas e ganhos das
personagens Pat Solitano Jr. (Bradley Cooper) e Tiffany (Jennifer Lawrence). Um
obstinado a se redimir do passado e reconquista-lo enquanto o outro, neste caso
Tiffany se propõem a ajuda-lo, mas acaba se apaixonando. O que o torna esta narrativa
diferente das outras? O temperamento emocional e característico de cada um,
gerando conflitos, situações inusitadas e até cômicas dando um diferencial a parte,
sem deixar o tédio abater os espectadores. Também não posso descartar as grandiosas
atuações de Robert De Niro e Jacki Weaver ambos indicados por atores coadjuvantes
contribuindo nas 8 indicações que o filme conquistou para o Oscar deste ano.
Resumindo, um filme com um extremo cuidado na trilha sonora, com atuações empolgantes
e uma boa trama, justificando merecidamente as indicações recebidas.
quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013
Uma obra "desbocada"
Feliz Ano Novo é mais uma obra “desbocada”
de Rubem Fonseca. Lançado pela primeira vez em 1975 o livro já foi censurado e
recolhido durante a ditadura brasileira. Neste livro o autor vai traçando um
perfil de classes no cenário carioca, a diversidade das personagens da classe
alta e baixa vão contrastando conto após conto com uma visão de cultura, arrogância
e perspectiva de vida. A violência, o sexo e o palavreado chulo compõem uma
realidade vivida por todos, mas que ignoramos e nos fazemos de surpreendidos
quando lemos determinado contexto exposto nesta obra. O “choque” desta leitura
é a acida crítica do comportamento social em que nos identificamos ou compartilhamos,
daí podemos começar a entender o autoritarismo do regime de 75 sobre o livro. A
obra é um emaranhado de pequenos textos que exploram algumas estruturas da
oralidade e escrita, ora formal, ora coloquial, com ricas descrições sem deixar
espaço para o tédio e conduzindo sempre o leitor a uma reflexão no final de
cada conto. O livro começa pelo violento conto “Feliz Ano Novo” e termina com “Intestino
Grosso” uma espécie de desabafo sobre as críticas que um autor recebia por suas
obras serem “pornográficas”. Sendo ou não o desabafo do próprio autor, “Intestino
Grosso” discute qual seria o “verdadeiro” sentido da pornografia e com que devemos
realmente nos preocupar. Portanto, “Feliz Ano Novo” tem uma crítica atual integrando
sua importância para literatura brasileira, fazendo de Rubem Fonseca um gênio
na arte da escrita que merece ser lido.
segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013
O Edifício Wadia
A maior cidade da Índia serve de
base para mais um romance da escritora Thrity Umrigar. Em “Um Lugar Para Todos”,
a autora vai tecendo uma narrativa dos vínculos gerados pelos moradores do
Edifício Wadia em Bombaim. A partir de uma festa de casamento vamos conhecendo
os “pensamentos” das personagens, numa mescla de passado e presente que
acontece no decorrer da festa. O leitor é conduzido a mergulhar na visão
indiana da comunidade parse que compartilha de amores, desejos, felicidades, frustações,
abusos, ganhos e perdas. Nesta obra Umrigar trabalha com a diversidade de peças,
que vão se encaixando uma na outra para formar o cotidiano do Wadia e as
relações de convivência entre seus moradores. Um ponto interessante é a
construção das personagens femininas que possuem características “fortes”, sem
perder a feminidade. Além dos resquícios da cultura britânica e os choques de
ideais, no qual a Índia seria “melhor” quando colônia inglesa na visão dos mais
velhos, batendo de frente com orgulho de viver num país livre, na visão dos mais
jovens. Confrontos que só agregam o já temperado romance que também faz críticas
sobre o crescimento da violência em Bombaim, bem como o transito caótico da
cidade e a miséria da Índia. A estrutura simples de “Um Lugar Para Todos” faz
da obra um celeiro de reações de amor, ódio e humor, causando reflexão e
valorização do cotidiano, das pessoas, das coisas simples da vida.
domingo, 17 de fevereiro de 2013
Um olhar de uma tragédia
A Espanha nos últimos anos vem sendo um seleiro de obras primas da
sétima arte. Depois do excelente filme “O Orfanato” de 2007, a parceria do
diretor J.A. Bayona com roteirista Sergio G. Sánchez se repete novamente. Desta
vez a narrativa retrata uma tragédia que atingiu a região da Tailândia. O ano é
de 2004 quando uma família resolve passar o final de ano num paraíso. Quando
uma onda gigante acabou com o lazer transformado em terror a visão deste local
e desespero dos sobreviventes na busca por seus familiares vivos ou mortos. Por
ser baseado em fatos reais “O Impossível” é uma obra que gera grande empatia
para o espectador, que acompanha o drama de uma família atingida e separada
pelo Tsunami. Numa constante busca de se reencontrarem Maria (Naomi Watts) e Henry
(Ewan McGregor) vão compartilhando a destruição e a solidariedade do ser humano
para com o próximo. Um sofrimento “rentável”, emocionante, que gerou para o
filme vários prêmios e indicações, incluindo a de melhor atriz para Naomi Watts
no Oscar de 2013, diga-se de passagem, merecida.
quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013
Falling In Love Again
Depois
de um jejum de quase 10 anos o músico, compositor, produtor e cantor sueco Eagle-Eye
Cherry lançou no final de 2012 o seu sexto trabalho. O álbum é composto de 13 músicas
inéditas que Cherry o batizou como “Can't Get Enough” e consequentemente virou o
primeiro single de divulgação. Sobre o álbum o cantor comentou em seu site a
confiança que obteve no processo de criação deste novo dele e como obteve um
resultado satisfatório era hora de compartilhar com o público. O criador de hit’s
como “Save Tonight”, “Falling In Love Again”, “Are You Still Having Fun?”, não
desaponta neste recente projeto com letras indiretas e com certa ironia
retratando a “complicada” forma de amar e se relacionar com o próximo. Portanto,
qual seria o fator chave para escutar “Can't Get Enough”? Qualidade musical e
uma voz inconfundível de Eagle-Eye Cherry seria uma resposta suficiente para perdemos
muito mais que três minutos escutando
este álbum.
segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013
Um mistério, um casarão, um barão.
O suspense e o misticismo são dois elementos
que agradam qualquer apaixonado pela leitura. Ainda mais agregados a aventuras,
amor e esoterismo faz “O casarão de Samambaias” de Fergi Cavalca é uma trama que
promete envolver o leitor do começo ao fim.
O autor contextualiza o leitor num período do apogeu do café no Vale do
Paraíba, em que foi detentora de recordes nacionais desta produção agrícola. A
narrativa desenvolve na cidade de Samambaias, em que há um mistério no casarão colonial
que pertenceu ao barão de Monte Belo, um dos “barões do café”. O solar tem fama
de mal-assombrado devido às mortes e o infortúnio de quem viveu nele. A trama inicia
sua tessitura quando o jornalista José Matias compra da viúva de um militar a
bela propriedade. Ciente da fama do casarão o jornalista reuni um pequeno grupo
dentre eles um parapsicólogo e uma sensitiva, a fim de desvendar o mistério que
circula aquela residência por mais de cem e cinquenta anos. A descoberta de uma
terrível tragédia envolvendo o barão e sua família pode ser a chave de todo mistério,
que só com a leitura de “O Casarão de Samambaias” podemos descobrir.
sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013
Les Misérables
Os Miseráveis é um dos maiores
clássicos do escritor francês Victor Hugo, que pelas mãos competentes do
diretor inglês Tom Hooper fez um dos filmes mais emocionantes que já vi. A
competência de Hooper agregados a grandes estrelas como Anne Hathaway, Hugh
Jackman, Russell Crowe e Helena Bonham Carter, rendeu para o filme oito
indicações para o Oscar de 2013, entre elas o de melhor filme. A adaptação é
uma “síntese” da obra literária que contextualiza a miséria em que se encontra do
povo francês no começo do século XIX em meio a lutas, perseguições, redenções e
amores. Um romance dramático que navega pelos distintos mares do amor dando um
ritmo de justiça e injustiça, de acertos e erros, do qual o ser humano é
conduzido a cometer. O amor pela “lei”, o
amor pelo próximo, o amor pela fé, o amor de pais, o amor por um país, o amor
pela sobrevivência, o amor “platônico” e o amor pelo amor faz deste filme
musical uma obra rítmica de emoções e reflexões sobre os nossos comportamentos,
valores e amores.
terça-feira, 5 de fevereiro de 2013
Existe cultura boa e ruim?
Incrível como vivemos debatendo o que é
melhor ou pior dentro da cultura. Na verdade estas longas discussões não mudam
nada, mas podem ajudar num momento de reflexão. Muitos criticam a qualidade de
programação das emissoras brasileiras, entretanto se está lá é porque muita
gente aprova. Assim, como as músicas que tenho a leve impressão de que quanto
menos conteúdo, mas sucesso obterá. Bem como na literatura que muitos “cultos” enaltecem
os clássicos e criticam os populares recordistas de vendas. Estes preconceitos
tanto da minha parte como da sua são apenas formas de enxergar a vida cultural duma
perspectiva diferente em relação ao outro. O que devemos valorizar é a busca
interna de cada um para o seu desenvolvimento cultural, mesmo que uns optem por
não “ampliar” o “intelecto” (pois cada um é dono do seu nariz), tudo deveria
ser encarado com diversão, pratica e incremento. De fato a absorção cultural
apresenta vários “níveis” e muitos nem passam do primeiro, nem por isto deveríamos
criticar o “gosto” por determinado ritmo musical, livro, filme e etc., mas
criticamos. Talvez por queremos partilhar uma coisa que acreditamos ser “melhor”
em relação à outra. Contudo, o que me preocupa não é a diversidade cultural que
estamos vivendo, o que me preocupa é a limitação desta cultura que a maioria
vem apresentando, deixando de lado quem de fato tem talento. Pode ser um
preconceito da minha parte para com a cultura “comercial”, mas a cada ano podemos
notar o “rebaixamento” tanto no âmbito nacional, como no internacional. Portanto,
acredito que não exista cultura boa ou ruim, o que existe é cultura limitada e
ilimitada, cabendo cada um o direito de escolha.
sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013
Menos de 16 dias para ganhar
O Blog em parceria com a Editora
Gente vai sortear uma obra escrita pelo cientista militar e comandante chinês
Sun Tzu há 2.400 anos. Confira a resenha do livro A Arte da Guerra, veja as regras, preencha
o formulário e boa sorte.
REGRAS:
- Curtir a página do facebook da Editora Gente
- Curtir a página do facebook do Blog: Contos, Poemas,Críticas e Outras Bobagens
- Residir no território nacional – Brasil.
- A promoção é válida até às 20h do dia 13/02/2013 (Horário
de Brasília). Resultado no mesmo dia.
- O sorteio será realizado via a ferramenta random.org.
- O contato será feito pelo facebook e o sorteado tem um
prazo de até 02 dias para nos informar o nome e endereço completo
- O livro será enviado pela Editora Gente em até 30 (trinta)
dias após o resultado da promoção.
* Regras sujeitas a alterações sem notificação prévia.
quinta-feira, 31 de janeiro de 2013
Oh Lá Lá!
Esteman é mais um artista colombiano promissor.
Músico, ator está atento às multiplicidades sonoras demonstrando em suas
canções influências de épocas e culturas distintas. Com melodias pegajosas e
carregadas de ironia, aborda temas como o amor, criticas politicas e sociais, que
resultam num ritmo musical agradável e diferenciado do cantor. O cantor não se
limita a conceituar apenas sua música, mas também em seu visual influenciado no
“retrô” e o moderno, com muita originalidade totalmente perceptível em seus vídeos,
como outros materiais de divulgação. O seu mais recente trabalho foi lançado em
2012 “1er Acto”, com participações de Andrea Echeverri, Monsieur Periné e Juan
Pablo Veja. O álbum conta com 13 faixas, das quais, vale a pena escutar “Pobre
Corazón”, “Aquí Estoy Yo”, “Oh Lá Lá”, “Robot” e “El Pimentón”. Outra música
que não faz parte deste álbum, mas recomendo é “No te metas a mi facebook”.
quarta-feira, 30 de janeiro de 2013
Fuga
Preciso de tempo para me recompor
Dos risos, das vozes, que ouço a todo
instante.
A loucura me consome e o sangue elevar-se
A ira dá-se as caras.
Num mordas discurso vociferando o
direito
De um minuto, um minuto de silêncio.
Para minha mente caótica, atormentada,
Por seus risos, por sua voz, por sua
irá.
Em desespero grito, grito socorro,
Na fuga de ti, fujo de mim.
Anna Karenina
O diretor Joe Wright vem mostrando
o seu bom gosto em fazer adaptações da Literatura para o cinema, depois de “Orgulho
e Preconceito” um clássico de Jane Austen que recentemente completou 200 anos
de publicação, ele mergulha na Rússia Imperial de 1874 para adaptar a obra de Liev
Tolstói. Anna Karenina (Keira Knightley) é uma aristocrata da russa casada com Alexei
Karenin (Jude Law), aparentemente um casal estruturado, cercados de luxo,
popularidade e moral. Na ida para Moscou para resolver assuntos familiares conhece
Conde Vronsky (Aaron Johnson), a partir deste momento a trama vai encaminhando
para um caso extraconjugal. A história em si lembra vagamente outro clássico, “Madame
Bovary” de Gustave Flaubert, por tratarem do amor idealizado pela mulher que na
desilusão deste sentimento toma uma drástica atitude. Mas são apenas pequenas
referências para uma grande obra russa que retrata, sobretudo, a sociedade aristocrata
de São Petersburgo, além de menções ruralistas, que na obra literária de
Tolstói devem estar mais contextualizadas. Colocando em questão o amor e a razão,
o filme mostra que de certa forma um sobressai sobre o outro perante a
sociedade de heranças machista, pois, a mulher quando ama é capaz de colocar em
risco sua dignidade para vivenciar o amor que nem sempre o corresponde da forma
esperada. Anna Karenina é um filme “teatral”, muito bem coreografado, com uma
trilha sonora e figurino impecável, além do trabalho de fotografias, cores que
encantam o espectador fazendo jus as indicações no Oscar deste ano nas categorias
fotografia, trilha sonora original, figurino e design de produção.
terça-feira, 29 de janeiro de 2013
A Arte da Guerra
A Editora Gente lançou
recentemente uma nova edição d’A Arte da Guerra de Sun Tzu, com um diferencial
no trabalho gráfico notado já na capa do livro, agregado ao excelente acabamento
deste digno de uma grande obra oriental. Há 2.400 anos foi escrito em “treze mandamentos”
a arte de guerrear e sair vitorioso nos conflitos. Apesar de ser uma obra
voltada para estratégias militares, o livro possuí uma sabedoria que podemos
tranquilamente adaptar para o nosso cotidiano. A objetividade de Sun Tzu vai
conduzindo o leitor a refletir e elencar todos os prós e contras antes de
entrar numa “batalha”. Além dos trezes capítulos em seu texto original este
volume é incrementado pelas interpretações do General Chinês Tao Hanzhang, que
a partir dos conceitos de Sun Tzu exemplifica com manobras militares da antiga
China e outras do mundo moderno como a II Guerra Mundial, discutindo sobre as
posturas tomadas nos conflitos e levantando pontos de contradição nos preceitos
de Sun Tzu. Friamente analisando é um livro sobre guerras, politicas, estratégias,
conflitos, observação, hierarquia e sabedoria, mas exatamente por estes pontos
que a obra torna-se atual, pois são questões que lidamos em nossas vidas
profissionais, sociais e até sentimentais. Segundo Sun Tzu “nenhuma guerra
prolongada já beneficiou qualquer país”, quando os conflitos se arrastam por
anos o desgaste físico é metal pode ser maior que a vitória de um ou outro
lado. Saber a hora de recuar, de atacar, de confundir, de fazer acordos e tirar
vantagens sobre o adversário, para Sun Tzu o que tiver maior domínio destas
ações certamente sairá vitorioso. Uma obra adotada por varias nações faz de “A
Arte da Guerra” um clássico, devido sua atemporalidade.
quinta-feira, 24 de janeiro de 2013
O humor escrachado de Falabella
Hoje
estreia a nova série do Miguel Falabella, que pelas chamadas podemos notar
várias influências da cultura latina. Nas composições de personagens excêntricos,
por exemplo, pode até não existir uma inspiração direta, mas nos remete a
personagens das obras do cineasta espanhol Pedro Almodóvar, com visuais
exagerados e características peculiares. Falabella já demonstrou uma forte
ligação “latina” quando escreveu a novela “Salsa e Merengue” junto com a Maria
Carmem Barbosa em 1996. Notado também em alguns episódios como no “Sai de Baixo”
e “Toma Lá, Dá Cá” comprovando o grande talento para o humor e criação, “antenado”
em outras culturas mesclando o dramalhão exagerado mexicano, com as
excentricidades espanholas e a malandragem brasileira sobre tudo a carioca. Em “Pé na Cova” já pelo logotipo da série há uma referência mexicana com o curioso
costume do país em celebrar os “Día de Muertos”, com grandes festas, caveiras
ornamentadas, flores e muita comida, pois, segundo a tradição os mexicanos
enfeitam suas casas para receber a visita dos parentes mortos neste dia. Diversão
é o que não deve faltar na F.U.I. (Funerária Unidos do Irajá) em que a semelhança
com a série americana “A Sete Palmos” fica apenas pelas famílias serem
proprietárias de uma funerária. Além do próprio Falabella contracenando “Pé na
Cova” conta com um elenco bem interessante: Marília Pêra, Lorena Comparato, Daniel
Torres, Luma Costa, Mart’nália, Maurício Xavier, Karin Hils, Eliana Rocha entre
outros. Com a expectativa de iniciar uma grande jornada humorística toda quinta
feira de noite, resta esperarmos para ver se Miguel Falabella consegue repetir
com excelência mais uma serie de humor escrachado.
terça-feira, 22 de janeiro de 2013
Justo Contigo
As lagrimas quando
quente
Aliviam minha dor
latente,
Abrindo caminhos
Em minha face arrependida,
Por exagerar mais do
que devia.
O rosto rubro pelo
sangue quente
Deixa de ser
complacente.
Quando a boca
vocifera
Dores acumuladas,
Na tentativa de
aliviar
Pensamentos amargos
Construídos pelo
tempo.
Com a respiração
ofegante
Sem nem uma
contraposição
Relutante, persisto
Impondo uma justiça,
Que nem sei se a
pratico,
Conservando uma
injustiça
Por achar que estou
sendo
Justo contigo.
segunda-feira, 21 de janeiro de 2013
O Vale dos Mortos
Uma jornada fantástica duma história
impactante de terror; é o que promete o novo lançamento da Editora Baraúna. A
obra de Rodrigo de Oliveira já chama atenção pela capa ousadamente
aterrorizante, a ponto de provocar a curiosidade até dos não apreciadores do
gênero terror. Esta narrativa desenvolve em uma antiga lenda Suméria que se
torna realidade, com a descoberta de um novo planeta no sistema solar
locomovendo-se em direção à Terra desencadeia um fenômeno único, devido sua
aproximação, em que bilhões de pessoas metamorfoseiam em criaturas sedentas de
sangue e carne, num estado irreversível de fúria psicótica. Neste contexto acompanhamos
à luta desesperada duma família pela própria sobrevivência, surgindo dois
líderes capazes de guiar os poucos sobreviventes no confronto contra os zumbis
canibais. Ambientado em território nacional com passagem em outros países o
autor de "O Vale dos Mortos" direciona a uma leitura eletrizante, com
ações frenéticas e muita violência. O livro também aborda temas como liderança,
trabalho em equipe, e a força de um jovem casal capaz de tudo para proteger
seus filhos e amigos. Uma grande história de amor capaz de sobreviver a tudo,
até mesmo o fim do mundo.
quarta-feira, 16 de janeiro de 2013
Suin a la colombiana
Monsieur Periné é uma
preciosidade da Colômbia que iniciou sua jornada musical tocando em bares, casamentos
e festas privadas. Com o auxilio das redes social a banda conquistou um grande
numero de admiradores impulsionando-os a marcar presença em grandes festivais
colombianos. No ano passado eles lançaram o seu primeiro álbum “Hecho a Mano”,
um nome bem sugestivo que facilmente pode ser associado com o visual alegre “folclore”
e na influencia francesa, cigana, jazz e dos vastos ritmos latinos que estão
presentes em suas musicas. A “poliglota vocalista” Catalina Garcíae os músicos Santiago
Prieto, Camilo Parra, Nicholas Junca, Fabian Peñaranda, Miguel Guerra e Daniel
Chebair costuram muito bem o espanhol, francês, português e o inglês nas
canções do grupo, dando uma característica própria e ricamente cultural. O
grupo se define com três palavras “alegria, magia e amor” e não tem como não
senti-las escutando músicas como “La Playa”, “Suin Romanticon”, “Cou Cou”, “Sabor
a Mi” e “Swing With Me”.
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